Por trás do
vexame futebolístico que o Brasil sofreu há exatamente um ano atrás existe uma
lição de grande valia que todos os prefeitos brasileiros deveriam absorver, mas
o que tenho visto pelo Brasil afora é exatamente o contrário. Da mesma forma
que a CBF esconde do grande público que o problema está na corrupção e na falta
de gestão competente de um patrimônio nacional, nossos prefeitos cometem o
mesmo erro na intenção clara que se manterem a frente das prefeituras, mesmo
sendo despreparados e mal intencionados.
Há menos de
quatro meses fui convidado a assessorar a elaboração de alguns projetos
culturais e esportivos para uma “cidadezinha” do interior paulista, na divisa
do Estado de São Paulo com Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. Uma “cidadezinha”
com apenas 35 mil habitantes, totalmente cercada por água e cidades de renome
como Fernandópolis, Jales e Votuporanga, fato este que bastaria para uma bela e
sonora desculpa para qualquer prefeito ou político acomodado, pois poderia
apenas se limitar a dizer que seria impossível desenvolver uma pequena cidade
estando cercado de grandes cidades com mais influência política e econômica,
mas algo de estranho aconteceu ali há 67 anos.
Em um surto
de loucura, políticos e moradores desavisados da impossibilidade de
desenvolvimento, se uniram em torno de um ideal e sem dar a mínima importância
para o comodismo e a falta de vontade inerente a qualquer político vivente em
pequenas cidades, os “santa-fé-sulenses” decidiram que seriam grandes e que
construiriam um lar para se orgulhar e posso afirmar a todos vocês que meus
olhos são testemunhas de tal proeza. Estou completamente apaixonado pela terra
de Santa Fé do Sul.
Em um passe
de mágica, diriam os desavisados de plantão, uma “cidadezinha” se transformou
em uma Estância Turística, repleta de belezas naturais e em um piscar de olhos,
do nada, surgiu quatro museus, duas salas de cinema, duas salas de teatro, 18
hotéis, uma universidade com mais de 20 cursos, entre eles, odontologia,
direito, engenharia civil, administração e outros. Ainda sem explicação
aparente, também surgiram ruas e avenidas planejadas, uma forte atividade
econômica diversificada com indústrias pesqueiras, frigoríficos e um comércio
forte, com lojas muito bem decoradas e que recebem visitas de compradores de
toda a região.
Essa mágica
ainda é mais assustadora em relação a saúde, pois do nada, apareceram postos de
saúde moderníssimos, uma AME, uma UPA e um hospital com médicos 24 horas do
dia, algo que só pode ser explicado se mágica realmente existisse, não é mesmo?
Mas, infelizmente para os políticos “igarapavenses” eu tenho uma notícia nada
animadora e um tanto triste: Não foi mágica, foi trabalho, dedicação,
competência e amor pela terra onde nasceram características e palavras que não
existem no dicionário do político de Igarapava, pelo menos no dicionário dos
políticos dos últimos 40 anos.
Vou aqui
retirar da minha gigantesca lista de políticos incompetentes e mal
intencionados, o saudoso Dr. Alberto Faria, que também em um passe de mágica ou
bruxaria, construiu o Ginásio de Esportes, a Escola Industrial (que os outros
políticos fizeram de tudo para destruir), o Tiro de Guerra e muitas outras
melhorias que ainda nos restam.
Igarapava
possui 1/3 (um terço) de suas fronteiras banhadas pelas águas do Rio Grande, o
mesmo rio que banha a cidade de Santa Fé do Sul, que também recebe águas do Rio
Paraná, e que como Igarapava, possui um grande lago formado por hidrelétricas,
que no caso de Santa Fé são três na região. Porém as coincidências param por
aí, pois não poderia haver cidades tão diferentes. Seria o clima ou a mágica?
Falo em
mágica porque, a meu ver, esta seria a única explicação justificável para
tamanha goleada. Como explicar uma cidade com 173 anos de existência, cercada
por grandes rodovias e por um dos rios mais importantes do Brasil, ser tão
atrasada, feia e suja?
Convido a
todos os igarapavenses a visitar Santa Fé do Sul e admirar suas ruas sem
buracos, suas praças sempre limpas e sem barraquinhas de camelôs, mas com
muitos monumentos e flores, seus hotéis e restaurantes que não devem nada aos
grandes centros urbanos e estão preparados para receber turistas de qualquer
lugar do mundo. Um povo feliz e orgulhoso de apresentar a sua cidade aos
visitantes. Favelas e casas caindo aos pedaços? Desculpe lá você não encontrará
o Estradão ou o Campo de Aviação!
Mas já
adianto aos desavisados de plantão: Se algum político incompetente, corrupto e
preguiçoso sugerir que eu deva me mudar para Santa Fé do Sul porque a cidade é
um paraíso e que Igarapava não serve para mim, se prepare para uma resposta
decepcionante e simples. Qual a minha resposta? “Eu nasci em Igarapava e amo a
minha terra e o correto seria expulsar políticos oportunistas deste solo
sagrado e não fugir e deixar meia dúzia de malandros se perpetuarem”.
Não existe
mais espaço para desonestidade e falta de competência na gestão pública de
Igarapava. Não há mais como esconder o despreparo e a falta de interesse do
prefeito samambaia e seus amiguinhos da câmara. Convido o povo de Igarapava a
acordar deste sono de 40 anos e resgatar o direito de serem donos da terra onde
nasceram!
Santa Fé do
Sul possui 67 anos de existência e conseguiu grandes conquistas para a
população enquanto que Igarapava possui 173 anos de abandono e sofrimento.
Notamos nos olhos dos mais humildes que não há mais esperança, esperança esta
roubada por uma ou duas famílias de políticos eternos. Não cabem mais desculpas
e discursos vazios. Convido os Igarapavenses a algumas reflexões:
1 – Se temos acesso ao Rio Grande,
porque não existe aqui uma indústria pesqueira forte?
2 – Se temos acesso ao Rio Grande,
porque a cidade não se desenvolve naquela direção?
3 – Se temos acesso ao Rio Grande,
porque o turismo não existe em nossa cidade?
4 – Se temos acesso ao Rio Grande,
porque ainda não somos uma Estância Turística?
5 – Se estamos cercados de grandes
cidades como Uberaba, Franca e Ribeirão Preto, ainda não instalamos uma
faculdade para atrair mentes brilhantes e mais evoluídas?
6 – Porque Igarapava ainda não
assumiu seu lugar como polo de serviços e comércio e continuamos a deixar o
dinheiro local passear pelos shoppings centers de Uberaba e Franca?
7 – Porque ainda insistimos em
manter os mesmos vasos decorativos na prefeitura e na câmara de vereadores?
Vereadores estes que possuem grandes empresas fora de Igarapava, gerando
emprego e renda em outras cidades.
8 – Porque ainda não contratamos o
mesmo mágico que passou por Santa Fé do Sul há 67 anos?
9 – Porque insistimos em manter
nossos políticos gordinhos e bem alimentados enquanto a população passa fome?
Fome de cultura, de saúde, de educação, de lazer, de empregos?
10 – Porque continuamos recebendo
esmolas e votando em quem é mais incompetente do que nós?
11 – E por último e não menos
importante, porque Igarapava não pode melhorar? Quem foi que decretou que a
cidade deve ficar morta para sempre?
Convido
você e toda a sua família a responder estas perguntas e se alguma delas fizer
algum sentido para despertar a sua curiosidade pela magia e o ocultismo que
cerca o milagre de Santa Fé do Sul frente ao desastre de Igarapava, eu já me
dou por satisfeito.
Se alguém
descobrir que milagre é este me conte, por favor!!!
Pense nisso!!!
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