domingo, 17 de março de 2013

Educação - Nossas crianças nas mãos de políticos !

Qualquer pessoa um pouco mais atenta a realidade macabra das escolas brasileiras irá concordar comigo em um ponto: A municipalização do ensino foi um dos maiores pecados já praticados pelos nossos políticos! Deixamos nas mãos de prefeitos corruptos a formação de nossos filhos! A principal preocupação de qualquer prefeito é somente a manutenção no cargo o maior tempo possível e por isso acaba nomeando secretários de educação sem nenhuma qualificação em gestão pública ou pelo menos com alguma noção na área de administração.

Apenas 120 dos 5.500 secretários municipais de Educação no país - uma minguada porcentagem de 2% do total - possuem alguma formação na área de administração. A grande maioria foi nomeada para o posto depois de se destacar à frente da lousa ou chegou lá por indicação política mesmo, e em ambos os casos sem nunca ter sequer flertado com a cartilha mais elementar da Gestão Pública.

Esse quadro nos esclarece um pouco o motivo pelo qual a grande maioria das escolas brasileiras ainda estão engatinhando na formação de nossos filhos. Perdidos em meio a dezenas de processos e prazos, os Secretários de Educação só dão conta de que precisam agir quando o atraso já é eminente. As consequências podem ser desastrosas para a escola: ora falta uniforme, ora merenda.
A nomeação de um aliado político para os cargos mais importantes da gestão municipal só atrasa o desenvolvimento de nossos filhos, que acabam pagando a conta mais cara desse processo. Os alunos oriundos da rede pública de ensino necessitam de "muletas" como as cotas para conseguirem uma cadeira em uma universidade de qualidade e mesmo assim, quando conseguem a vaga, sofrem pela falta de base teórica e acabam tendo imensa dificuldade em concluir o ensino superior.

Ter um secretário de educação sem noção em administração ou gestão pública seria o menor dos problemas se o prefeito tivesse a capacidade de orientá-lo, mas a única intenção que um prefeito têm quando nomeia um "amigo" é dificultar e atrapalhar o andamento do departamento e com isso facilitar o desvio de recursos através da emissão de notas fraudulentas com merenda escolar ou outros gastos. É muito comum os prefeitos centralizarem o controle dos gastos com educação em seus gabinetes, pois assim dificultam a gestão do secretário e dos diretores de escola, facilitando os desvios diários.

Mas sempre existem pessoas bem intencionadas e que ainda acreditam na bondade e na honestidade na Gestão Pública. Uma luz para os secretários de educação que estão totalmente perdidos no meio de uma papelada sem fim e de demandas desnecessárias solicitadas por prefeitos mal intencionados é a ferramenta virtual desenvolvida por treze instituições dedicadas ao ensino, entre elas a Fundação Itaú Social. A ferramenta sinaliza por exemplo, datas importantes, como a hora exata de solicitar uma nova licitação antes do vencimento de contratos existentes. Ela também orienta de forma bem simples o orçamento financeiro e disponibiliza a troca de experiências inovadoras e de sucesso realizadas em outras instituições de ensino.

O site para quem deseja entender melhor a ferramenta é: http://convivaeducacao.org.br e está destinado a pessoas ligadas a administração escolar. Vale uma visita. Mas toda ferramenta precisa ser alimentada e gerenciada, ou seja, dá trabalho. Se deixarmos de alimentá-la será apenas mais uma obrigação sem sentido, como muitas outras tarefas desempenhadas hoje pelos secretários de educação. E para finalizar, a pergunta de sempre: E na sua cidade? Como está a gestão da educação? Pense bem e reflita. A gestão é séria ou é política?




quarta-feira, 13 de março de 2013

Lixo - O problema que o Prefeito evita !

Das mais de 6 mil cidades brasileiras, cerca de 4 mil não possuem recursos para administrar um aterro sanitário de acordo com a nova legislação. A Lei 12.305/10 é um marco no que tange a gestão de lixo e demais resíduos que causam graves problemas ambientais e de saúde em nossas cidades. Basta olharmos ao nosso redor e veremos todos os erros cometidos pelas prefeituras, que simplesmente ignoram o problema do lixo e acabam terceirizando o problema.

De prefeitos incompetentes só poderiamos esperar exatamente essa atitude! É muito mais fácil jogar a batata quente para outro do que assumir a responsabilidade de criar uma política inteligente e lucrativa para o lixo. Repare no que vem acontecendo nas nossas cidades! Empresas terceirizadas recolhem nosso lixo de maneira amadora e levam para áreas afastadas da cidade e simplemente emterram, escondendo e maquiando um problema para nossos netos.


A irresponsabilidade é tamanha que um prefeito paga uma verdadeira fortuna para empresas de "amigos" coletarem e destinarem o lixo que é problema do município. Os nossos "gestores" cobram impostos cada vez mais altos e repassam gratuitamente para um pequeno grupo fechado de empresas que dominam um dos mercados mais corruptos do Brasil - o mercado do lixo!

Como funciona esse mercado? Uma empresa, geralmente até sem as qualificações técnicas ideais, apoia financeiramente um candidato a prefeito e assim que o mesmo é eleito, abre-se um processo licitatório, que em muitos casos, são feitos de forma fraudulenta e abrigam verdadeiros mafiosos do lixo em nosso quintal. Negociam-se contratos de 20 ou 30 anos, a preços exorbitantes e ninguém reclama. Existem empresas que dominam a coleta e a destinação de lixo em diversas cidades e com total segurança posso afirmar que o prefeito que idealizou este processo licitatório, recebe um belo salário da empresa.

Mas este é o menor dos pecados administrativos que o "prefeito samambaia" comete. O mais grave e o mais preocupante é o pecado de privar as nossas cidades do dinheiro que poderia ser retornado aos cofres públicos com o lixo gerado diariamente. Só para exemplificar as oportunidades perdidas posso citar o comércio do crédito de carbono, o comércio do gás, a geração de energia elétrica, o adubo orgânico e muito mais. Notem que não inclui nestas alternativas de geração de renda a coleta seletiva para o reaproveitmento do plástico, do papel, do vidro e do alumínio.

Agora reflita comigo: Na sua cidade, o prefeito paga uma fortuna para uma empresa privada resolver o problema que é dele? Ou trata o lixo como uma fonte de receita para o município, usando este dinheiro para melhorar a saúde, a educação, a cultura, o lazer e por ai afora? Tenho certeza absoluta que 99% das cidades a resposta será a primeira alternativa. Então a conclusão óbvia: Quem está realmente ganhando algo nessa história? A cidade ou o Prefeito e seus amiguinhos? Pense bem nisso. Acorde cidadão!!!

E como sempre, serei criticado, pois irão dizer que mostro o problema e não dou a solução. E desta vez vou ser egoísta: A solução existe e está a disposição de qualquer prefeito, mas esse segredo vou guardar mais um tempo comigo. Vou aguardar o dia 02 de agosto de 2014 só para mostrar para todos, quais os prefeitos incompetentes e quais foram verdadeiros gestores públicos. Me aguardem !!!