sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

IPVA, IPTU, ISS - Como somos enganados ?

Ouvi recentemente a entrevista de um advogado de um vilarejo com cerca de 27 mil habitantes na divisa de Minas Gerais com São Paulo, onde o mesmo solicitava a população que pagassem o IPTU e o ISS atrasados, pois a cidade necessitava muito de recursos para as melhorias de infraestrutura como "tapa-buracos" e obras ligadas ao meio ambiente e foi aí que o alarme contra incompetentes me deu novo alerta. Quem disse pra este advogado de prefeitura que o dinheiro do IPTU e do ISS servem para consertar ruas e plantar árvores?

Mas, afinal, para que serve o dinheiro arrecadado pelo IPTU e ISS? - Se o interesse é saber quais as melhorias urbanas vinculadas diretamente à arrecadação deste imposto, a resposta pode ser: não serve para nada. Sob o ponto de vista da legislação, o IPTU, como os demais impostos municipais, servem para custear a máquina pública. Quer dizer: todos os impostos, inclusive o IPTU formam um caixa único, e são direcionados percentualmente para cada um dos setores da administração pública, conforme previsão orçamentária e legislação municipal, caso exista.

Por isso, quando alguém reclama, por exemplo, que paga IPTU e a rua onde mora está esburacada, direciona mal a reclamação. Igualmente sem fundamento legal é utilizar o fato de pagar o Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotivos (IPVA) para reclamar da má conservação de estradas, ou do custo de pedágio. Na grande maioria das cidades brasileiras, Educação e Saúde são as duas únicas áreas que têm receitas vinculadas ao percentual da arrecadação de impostos. Os demais setores, incluindo melhorias urbanas, têm seus percentuais determinados a cada exercício (orçamento municipal). Tais percentuais são pré-definidos pelo Executivo e enviados à Câmara Municipal, para análise e aprovação (ou não).

Mas voltando ao advogado, ele disse que a população deveria "ajudar" a prefeitura, pagando os impostos atrasados para garantir uma cidade melhor, pois a prefeitura não desejaria cobrar os atrasados de forma judicial e aí eu pergunto: A quanto tempo estes impostos estão atrasados? Um sinal claro de falta de gestão e controle sobre o orçamento municipal esta na gestão desta carteira de devedores, se a dívida do cidadão para com os cofres públicos ultrapassar 12 meses, é fato que este prefeito não sabe administrar orçamento. Onde estão os advogados da prefeitura que ainda não cobraram essa dívida ativa? O que posso entender é que o advogado da prefeitura adota medidas somente para beneficiar a imagem do prefeito, mas nunca para beneficiar a população?

E para refletir um pouco mais, comecei a notar que grande parte dos moradores desta cidade circulam com veículos emplacados em outro Estado (no caso Minas Gerais) com o objetivo claro de pagar menos IPVA, que nestes casos vão para o cofre de outra prefeitura. Pergunto: Como você pode exigir que um prefeito não utilize veículo emplacado em outro estado com o objetivo de pagar menos imposto, se você, que é o eleitor, a figura mais importante do município não paga o IPVA para a cidade onde você mora? Devemos sim, pagar nossos impostos em dia para encher os cofres públicos de dinheiro para somente depois exigir que o prefeito utilize esse recurso de forma mais inteligente.

Mas voltando ao assunto IPVA para consertar as vias públicas, fica a dica: Não repita mais essa besteira! O dinheiro arrecadado pelo IPVA, IPTU, ISS e outros, são direcionados para a mesma gaveta e esses recursos são utilizados para custear a pesada máquina pública. É com esse dinheiro que o seu amado prefeito compra o cafezinho, o papel higiênico, os lápis, as canetas, a gasolina que "doa" para o amigo votar nele nas próximas eleições. É com esse dinheiro que o prefeito paga a conta de energia elétrica dos órgãos públicos e os churrascos realizados nos ranchos de Rifaina ou pior, é com esse o dinheiro do seu IPVA que ele paga pela limpeza da piscina da primeira dama, ou seria a segunda dama?

Sabe aquela dívida que o seu "amigo" vereador pagou para você? Pois é, pode ter sido paga com o dinheiro do IPVA ou IPTU que você mesmo pagou...e você aí se achando o eleitor mais inteligente do mundo. Cuidado, criticar é fácil, mas primeiro procure entender melhor como funcionam as "entranhas" da sua prefeitura para depois sair gritando ao quatro ventos que o dinheiro do IPVA não esta sendo utilizado para tapar os buracos de sua rua...Fica a dica...!!!








quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Lixo - O problema que gera dinheiro sujo !

No início de 2011 o meu interesse pelo lixo ficou mais sério e acabei me aprofundando no tema de uma forma tão intensa que o resultado foi a publicação de meu segundo livro, o primeiro sobre um tema ligado a Gestão Pública. Sempre vi no lixo uma fonte de riqueza que a maioria dos prefeitos enchergavam como uma fonte de desvios de recursos. Para o prefeito corrupto, não existe maneira mais fácil de roubar o dinheiro público. Basta contratar empresas de limpeza pública que desaparecem com o lixo e de quebra sempre vem um "dinheirinho" por fora, para manter o contrato com empresas incompetentes. A incompetência é um imã para políticos corruptos.

Olhe a sua volta. Na sua cidade existem terrenos baldios com garrafas plásticas, bitucas de cigarros, pedaços de papéis, embalagens de bala, as famigeradas sacolinhas plásticas espalhadas por todos os lados? Então, você acha que isso é só pela falta de educação do cidadão, que joga o lixo em qualquer lugar? Você acha que o prefeito e a empresa de limpeza pública não são culpados por nada disso? Cuidado, você está sendo ingênuo ou conivente. Porque um prefeito não rescindi um contrato com uma empresa conhecidamente incompetente e que não presta o serviço de forma correta? Amigo, somente porque ele foi "pago" por fora para manter um contrato. Você acha que um prefeito não recebe diariamente diversas propostas de empresas e empresários para contratar serviços de péssima qualidade mas que gera grandes fortunas para o político?



Mas saibam que este é o menor dos problemas, pois com a nova legislação sobre o tema "lixo" ou se preferirem "resíduos sólidos", as prefeituras terão que se adaptar a uma realidade que desconhecem completamente. Acabou aquela mentira chamada aterro sanitário que o seu prefeito jura que possui na cidade. Em mais de 90% das cidades brasileiras com menos de 50 mil habitantes existiam até pouco tempo os conhecidos "lixões", onde as empresas de  limpeza pública ou qualquer indivíduo poderia se dirigir ao local e jogar o lixo de qualquer forma, lixo este que ficava exposto a chuva, sol e lógico, aos catadores, que garimpavam ou garimpam ainda, restos de lixo que julgam ter algum valor. É um dos cenários mais tristes e humilhantes que podemos imaginar. Mas e o prefeito? Amigo, está em casa tomando seu vinho ou seu uísque com os donos da empresa responsável pela limpeza pública e a coleta de lixo.

As agências de regulação ambiental e o ministério público, em todo o território nacional, vem multando as prefeituras que jogaram "terra" sobre estes lixões e proclamaram aos quatro cantos que tinham "aterros sanitários" para tentarem escapar das multas pesadas que todas as prefeituras estão recebendo. Mas o que os gestores públicos incompetentes não imaginavam é que agora vão necessitar remediar tais erros, criando mecanismos para recuperação do lençol freático contaminado, eliminação dos gases gerados pelo aterro mal elaborado além de ter que reflorestar estas áreas e isolá-las durante anos para recuperar o meio ambiente. E as prefeituras, através de seus advogados vão lutar durante anos para fugirem desta obrigação, pois ela gera custos e nenhum prefeito quer gastar dinheiro com recuperação ambiental, querem somente gastar dinheiro com empresas "parcerias" que facilitam os desvios de recursos públicos.

E como serão os próximos passos destes prefeitos incompetentes? Com a Lei 12.305/10 e a Lei 11.445/07, os especialistas em meio ambiente começaram a identificar oportunidades de negócios nos setores de resíduos sólidos urbanos e saneamento básico, mas como a grande maioria destes especialistas estão ligados a órgãos públicos ou prefeituras, quase nada de novo será apresentado. Todos sabem que o lixo gera dinheiro, mas só pensam nas "Usinas de Reciclagem", apostam tudo na reciclagem e na coleta seletiva, o que é louvável, mas quando estes mesmos especialistas colocam no papel a quantidade de lixo necessário para tornar uma usina de reciclagem viável financeiramente, acabam voltando a solução mais prática: o ATERRO.

Uma Usina de Reciclagem só começa a ser viável quando possui uma demanda de resíduos sólidos proporcional a uma cidade com mais de 500 mil habitantes, ou seja, apostar em usina de reciclagem em cidades com menos de 50 mil habitantes é receita certa para o fracasso financeiro do investidor, a não ser que o dinheiro investido venha dos cofres públicos e isso é mais fácil do que você pode imaginar. Vou dar um exemplo fácil de como o político corrupto de cidade pequena levanta milhões em menos de um ano: Todas as compras realizadas pela prefeitura são feitas de forma irregular, o comprador recebe mercadorias em menor quantidade da que está descrita nas notas fiscais. A diferença financeira é repassada ao político no momento em que a prefeitura paga o  fornecedor. Entenderam? Me deixe dar um exemplo prático: o político pede uma nota fiscal a algum mercadinho, no valor de R$ 50 mil, mas o mercadinho entrega somente R$ 20 mil em mercadorias. A diferença, os R$ 30 mil, vai para o bolso do corrupto. Simples assim!

Então emitindo várias notas fiscais de diversos mercadinhos, o político corrupto angaria fundos rapidamente, que serão investidos na compra de caminhões de coleta de lixo e uma pequena usina de reciclagem. Pronto, nasce do nada uma empresa, que certamente deverá estar no nome de algum "laranja" e inicia-se aí outra forma de desvio de recursos públicos: a prestação de serviço para limpeza pública. Pronto, empresa do "laranja" contratada por um valor absurdo, o que impede a falência da mesma. E o político corrupto em casa, tomando seu uísque com os amigos e o dinheiro entrando, sem a necessidade de trabalhar. Você conhece algum político, que mesmo não eleito continua ostentando a riqueza? Tenham certeza meus amigos, eles estão por trás de algo ilícito e é o seu dinheiro que está envolvido nisso.

Ah! E a qualidade do serviço prestado por esta empresa? Se uma empresa nasce de forma ilícita e é fundada por corruptos, pode dar algum retorno positivo a sociedade? Pensem muito bem nisso e aguardem as próximas cenas desta história. Em breve sua cidade terá uma nova empresa de recolhimento de lixo e talvez até uma pequena usina de reciclagem e o dono será a chave para você entender se é fraude aos cofres públicos ou algo sério. Olho aberto!













segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Desempregados - Como enganar a massa ?

Li recentemente, em um jornalzinho "comprado", (digo "comprado" porque trata-se de um daqueles jornais de cidade pequena que só publicam o que se paga. Dando sempre boas notícias de quem está no poder e maquiando a verdadeira realidade medíocre que gestores públicos corruptos e mal intencionados tentam esconder com maestria da grande massa de desinformados) a noticia de que a prefeitura, através de seu departamento de indústria e comércio, se mostrando muito preocupada com a falta de emprego no município, está firmando parcerias importantes com o sistema "S" (Senai, Sesi, Sebrae e Senac) para o treinamento e a formação de mão de obra qualificada. A intenção é preparar o futuros desempregados da monocultura açúcareira para novos desafios e novas profissões.

O leigo ou "ignorante político" não consegue ver além do horizonte desta notícia, pois fica ofuscado pelo carnaval e pelo barulho das notícias, e os desempregados se enchem de esperança, discutem pelas ruas a importância da atitude do prefeito samambaia e assim passam os dias e tudo se mantêm na mesma inércia do passado. Quatro anos voam e as promessas mirabolantes virão novamente e os tolos continuarão aplaudindo ações de fumaça. Como é simples e fácil manipular a massa das cidades pequenas. Como sempre digo, quer ficar rico sem trabalhar? Seja prefeito ou vereador em cidade com menos de 50 mil habitantes. É lucro certo!



Mas todos devem estar se perguntando: Esse cara é maluco? A prefeitura quer ensinar uma profissão nova a quem está desempregado e ele é contra? Que idiota invejoso!

Calma massa, ai vem a explicação de quem enxerga além do horizonte curto dos cidadãos com os olhos enuviados pela fumaça da propaganda paga. Vou explicar meu ponto de vista, fiquem tranquilos! O morador de uma pequena cidade sempre estará a mercê de oportunistas de plantão e este tipo de "política fumaça" sempre funciona com os menos informados, pois imaginem um funcionário de uma usina de cana-de-açúcar, conseguem imaginar o grau de instrução, a origem familiar, as oportunidades de desenvolvimento pessoal e profissional deste funcionário?

Vamos refletir: Um menino de 20 anos, que conseguiu estudar até a quarta série do ensino fundamental, morando no interior do nordeste brasileiro, passando fome e sede, vendo sua família sendo devorada pela seca e pela total falta de futuro, acaba se revoltando e deixando tudo para trás, com o "sonho" de ganhar um pouco de dinheiro em São Paulo (digo Estado de São Paulo), e acaba baixando âncora logo na fronteira de Minas com São Paulo, terra coberta de uma só plantação, toda verde, algo raro para um nordestino, vislumbra rios caudalosos, repletos de água e peixe e pensa: Obrigado meu Deus! Encontrei o paraíso!

Mas passam os anos e o menino de 20 anos, agora com 40 anos, se vê na mesma situação miserável de antes e se pergunta: Como o tempo passou tão rápido? Graças a Deus ganhei dinheiro pra comer, mas não consegui estudar, comprar minha casinha, e meus filhos terão o mesmo futuro que eu, cortar cana-de-açúcar ou trabalhar debaixo deste sol tão ardido como o do meu sertão! Aí, um oportunista aparece no jornal dizendo que os problemas de desemprego vão ser solucionados e que todos os moradores da cidade terão oportunidade de aprender uma nova profissão e nunca mais terão que sofrer no corte da cana-de-açúcar. Ele chora e agradece a Deus: Meu filho terá um futuro melhor que o meu!

É neste momento que o maluco aqui se revolta e tenta entender a visão estratégica e política destes gestores e a pergunta fica ressoando em minha mente: Ensinar um jovem a pilotar foguete se a cidade nunca será um local de lançamento de espaçonave com destino a Marte?! Ensinar algém a ser Chef de Cozinha se só existem butecos na cidade?! Ensinar jovens a arte da marcenaria se não existe mais árvores na região?! Gente, eu estou louco ou o  mundo está do avesso? Volta a minha celebre opinião sobre a política em cidades com menos de 50 mil habitantes: O POSTE ESTÁ MIJANDO NO CACHORRO !!!

Gestores Públicos sérios e competentes, vislumbram o futuro da cidade de forma totalmente oposta a destes oportunistas de plantão. Gestores Públicos competentes se espelham nos "jardineiros", ou seja, cultivam o solo, plantam as sementes, esperam brotar as plantações e choram com o desabrochar das flores porque sabem que com as flores vem as borboletas e os beija-flores. Vocês entendem o que quero dizer? Vou ser mais claro.

Para garantir o pleno emprego em sua cidade, o gestor de verdade realiza um estudo detalhado das oportunidades de negócios para a região e desenvolve um planejamento de 20 ou 30 anos para atrair investidores e novas empresas. Somente com a semente no chão (as empresas sinalizando o interesse em se instalarem na cidade) é que ele direciona o leme para o segundo estágio da viagem, que é o treinamento da mão-de-obra necessária aquelas empresas que sinalizaram o interesse em investir na cidade.

Pergunto mais: Quanto tempo você acredita que é necessário para uma empresa construir uma sede, realizar levantamentos financeiros e mobilizar seus melhores funcionários para instalar uma nova planta industrial em um município, as vezes até distante de sua sede? Vou responder dizendo que no mínimo 1 ano. Neste momento a minha consciência me cobra a seguinte conclusão básica: Em 1 ano não seria possível treinar toda a mão-de-obra necessária que está empresa utilizará? Não seria muito mais inteligente utilizar inclusive profissionais desta empresa para elaborar o treinamento dos novos funcionários? Assim treinaríamos a mão-de-obra exatamente da maneira que desejamos e separaríamos os melhores, mesmo antes do início das atividades.

Então repito o que disse no começo: Vamos treinar (iludir) pessoas para profissões que nunca teremos em nosso município? Até onde vai tamanha irresponsabilidade? Até quando gestores medíocres vão enganar a massa de desinfromados e criar uma espectativa mentirosa na mente de nossos jovens? Quem eles acham que estão enganando? Pense bem nisso e reflita!






terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Santa Casa - Hospital ou Ferramenta Política?

Num passado bem distante, mais precisamente no inicio dos anos de 1900, as pequenas cidades brasileiras podiam contar com instituições de saúde de excelência, que desempenhavam um papel social essencial em todo o território nacional. Manter uma Santa Casa em uma cidade pequena era de fundamental importância em virtude da dificuldade em gerar interesse de grandes grupos econômicos para captação de recursos com o objetivo de altos lucros.

Mas com o passar dos anos, estas instituições passaram a despertar o interesse de políticos de má índole, que vislumbraram na saúde, uma forma de angariar votos nas eleições municipais. A partir dos anos de 1960 começamos a assistir um aumento exponencial no número de prefeitos médicos. Jovens de cidades pequenas começaram a buscar a formação em medicina por puro interesse político. Ser médico em cidade pequena se tornou premissa básica para ser prefeito.

Neste momento, as Santas Casas perderam o que possuiam de mais precioso: A independência. O grupo que detinha o controle da gestão da Santa Casa era o grupo eleito. Começou ali a decadência administrativa dos hospitais municipais administrados por Irmandades e Organizações Sem Fins Lucrativos. Os "médicos prefeitos" desenvolveram uma metodologia de gestão desastrosa nessas instituições ao ponto de reduzir a oferta de serviços, inchar a folha de pagamento, fraudar compras de equipamentos, desprezando a importância de uma gestão compartilhada entre poder público e setor privado.

Cidades com menos de 50 mil habitantes que não possuem serviços de pronto-socorro terceirizam este atendimento para as Santas Casas, mas não repassam recursos suficientes para os custos destes serviços. Muitas vezes esses repasses não ocorrem pelo simples fato de que o gestor da Santa Casa e o Prefeito são inimigos políticos. Os prefeitos descobriram que devido ao tipo de atendimento fornecido pelas Santas Casas, se deixassem de repassar recursos durante apenas 60 dias, criariam situações irreversíveis de gestão financeira nestas Santas Casas. Então podem ter certeza de uma coisa que vou dizer: Se na sua cidade a Santa Casa está passando por dificuldades, a culpa é de algum político corrupto !

Então não existe solução para a saúde nas pequenas cidades? Eu diria que a solução existe e está ao alcance que qualquer gestor público realmente interessado na saúde da população. Basta uma gestão eficiente e responsável dos recursos do SUS e uma política administrativa focada na obtenção de recursos suplementares, mesclando procedimentos de baixa e média complexidade com serviços de alta complexidade. Serviços de baixa complexidade (Atendimento SUS) não remuneram uma Santa Casa de forma suficiente para cobrir os custos de manutenção de um hospital. Logo a adoção de serviços de média e alta complexidade em parceria com convênios vinculados a saúde complementar poderiam resolver de forma rápida e satisfatória a falta de recursos.


Porém essa política de gestão deveria ser compartilhada e a prefeitura deveria repassar os recursos de forma constante e sem interesses político-partidários, mas aí está a grande questão ou o grande desafio de um gestor de Santa Casa: Criar um clima de ajuda mútua junto a população, sendo transparente e prestando contas mensais a população e as autoridades. E a população por sua vez, caberia a fiscalização da destinação desses recursos. Um orçamento realista, claro e transparente. Mas será que os "doutores" ou os "políticos" desejam isso realmente?

O SUS vem desenvolvendo ferramentas de controle para minimizar essas brigas políticas, mas a incapacidade de sentimentos destes atores continua levando o caos a saúde em grande parte dos municípios brasileiros e nas cidades com menos de 50 mil habitantes este cenário é ainda mais desolador, pois a população geralmente é mal informada e não aciona o Ministério Público para cobrar dos "doutores" e "políticos" uma gestão responsável e humana. Vivemos a mercê de promessas de políticos que, caso necessitem, são prontamente atendidos por planos de sáude particulares em cidades maiores e ao pobre que depende dos serviços públicos, sobra a passividade e as filas para a mendicância de um mero Buscopan para amenizar a dor.

Então digo claramente: Santa Casa é caso de policia. Não fiquem acreditando em promessas de prefeitos corruptos e médicos que estão somente preocupados com seus próprios interesses. Vamos a luta, denunciem cada mal atendimento ao Ministério Público. O caminho é não aceitar a administração de pessoas de má índole. Acorda povo !!!




sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Prefeito Samambaia - Os perigos ocultos.

Frequentemente ouvimos histórias de cidades, principalmente as de pequeno porte, onde o prefeito eleito não é quem realmente governa. Muitos tratam deste assunto com ironia ou com indiferença e sempre se ouve comentários como: Isso é conversa de oposição! Isso é mentira! Ou até mesmo: Eu já sabia!

Sempre levamos este tipo de informação para o lado da brincadeira e acabamos criando até apelidos carinhosos para nossos egrégios representantes do executivo. Eu mesmo costumo nomeá-los como "prefeitos samambaias" para fazer uma correlação entre a serventia de ambas as figuras, te pergunto: Qual a utilidade de um vaso com uma bela samambaia em um canto de sua casa? Na minha casa tem a única utilidade de decorar o ambiente e deixar as fotos familiares mais bonitas. Quem nunca tirou uma foto ao lado de um vaso de samambaia na casa da avó? Duvido que você não tenha uma foto assim bem escondida por ai.


Pois bem, com o prefeito é a mesma coisa, elegemos políticos sem nenhuma competência para administrar um município, tiramos fotos ao lado dele e esquecemos a figura num canto da sala, mas não se enganem, toda samambaia precisa ser regada diariamente para continuar verde e vistosa. Ora, ai está nosso maior pecado como cidadão, deixar o jardineiro a vontade. Quem é esse jardineiro? Qual o objetivo deste jardineiro em manter uma figura decorativa no cargo mais importante de sua cidade? Este jardineiro é confiável? Afinal, porque a samambaia que eu votei e escolhi como meu prefeito não pode exercer a sua verdadeira função? Na sua cidade, seu prefeito é uma figura decorativa ou é uma pessoa responsável e atuante, preocupada com a melhoria e evolução de seu município?

No final do ano passado li uma reportagem sobre o desencanto do Deputado Tiririca com a realidade de Brasília e recentemente ele deu nova declaração expressando seu descontentamento com a política. Agora pergunto: Se o Deputado mais bem votado em 2010 não acredita mais na política federal, você é capaz de imaginar como é desleal e suja a política municipal?



Então, reflita com carinho. Até que ponto é interessante você lutar por um emprego de prefeitura, para receber migalhas enquanto o jardineiro é quem colhe os frutos grandes e maduros? Ou você acha que o "jardineiro" que cuida do "prefeito samambaia" faz isso de graça?

Tenho visto nas entrelinhas a atuação de jardineiros em muitas cidades de pequeno porte. Existem casos onde o ex-prefeito, não podendo mais se reeleger, colocou um "bobão" no cargo de prefeito e agora, como chefe de gabinete, continua mandando na cidade, num claro sinal de que a "teta" é boa mesmo. Em outras cidades, políticos cassados por fraudes aos cofres públicos ou até mesmo por assassinatos, administram prefeituras escondidos atrás da figura de "prefeitos samambaias" que são trabalhados por marqueteiros ainda mais corruptos, criando a imagem de um grande administrador, mas que no fundo, não possuem capacidade nem mesmo para administrar a própria casa.

Os exemplos são claros: Nomeação de afilhados políticos, mesmo correndo o perigo de serem denunciados por "nepotismo" ou até mesmo nomeação de pessoas que nunca trabalharam na vida e nem possuem currículo profissional para cargos de alta confiança e que interferem diretamente no seu bolso. Sempre que um secretário comete um erro e a sua cidade é multada em alguns milhões, tenha certeza que é do seu bolso que o dinheiro está saindo. Então cuidado !

Quando você desconfiar que seu prefeito é apenas uma figura decorativa e que está nomeando pessoas despreparadas, pode ter certeza que são atitudes muito bem pensadas por outros, que escondidos na calada da noite, preparam o terreno para desvios milionários do dinheiro que deveria ser aplicado na escola de seu filho, no posto de saúde de seu bairro, na geração de emprego em sua cidade e por ai vai.

Assisto diariamente secretários de indústria e comércio tomando conta de coleta de lixo, secretário de turismo cuidando de aterro sanitário, secretário de agricultura cuidando de obras de vias públicas, a empresa de marketing respondendo pela legislação ambiental e por ai afora. É o poste mijando no cachorro !

Então fiquem atentos, o administrador imcompetente não sabe nem mesmo direcionar o trabalho de cada departamento. Ele deixa o "jardineiro" cuidar de tudo e a sua cidade nunca muda, nunca melhora. Sua cidade está estacionada no tempo? Tenha certeza então que você possui um "Prefeito Samambaia" que só existe para tirarmos uma foto de recordação e nada mais. Ele é bonzinho e carismático, mas incompetente e subserviente. Será que vale a pena?

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Dengue - O Retrato da Incompetência

Estou com DENGUE ! A culpa é do Aedes Aegypti ou do Prefeito? Claro que é do prefeito !!!

Nasci em uma cidade pequena, com menos de 27 mil habitantes e acabei me mudando para cidades maiores em busca de emprego e educação, pois em vilarejos como minha terra natal não existem oportunidades para jovens que desejam algo mais que comida e bebida. Me afastei por cerca de 20 anos e sempre vivi muito bem, assistindo as mazelas dos maus administradores públicos e apenas rindo da desgraça alheia. Dizia: Bem feito para aqueles idiotas que ficam votando em corruptos que só pensam em si próprios. Serão eternos pobres, de bolso e de espírito !

E continuo hoje com a mesma percepção. Quem vota em políticos incompetentes estão fadados a viverem na miséria o resto da vida. Nunca terão empregos dignos e viverão mendigando restos como empregos menores, em prefeituras menores, rodeado de pessoas menores e a vida passa, a cada dia morremos um pouco, sem ter realizado nada de significante na vida. Triste demais! Acordar cedo, ir para um emprego medíocre, passar o dia olhando pro lado e carimbando papéis que não terão nenhuma utilidade e no final do dia voltar pra casa, para assistir a novela e dormir para acordar cedo e ir para o serviço medíocre de novo, e de novo. Triste demais!

Mas como nada é eterno, acabei obrigado a retornar por alguns meses a terra natal e após me envolver com a política com a falsa esperança de que estava me aliando a pessoas competentes e que iriam mudar a realidade de mediocridade centenária do vilarejo, tive um banho de realidade e meu sonho durou poucas conversas e poucos meses, e logo me vi apoiando medíocres. A vergonha foi tamanha que me afastei por completo, com medo de ser apontado na rua e acusado de cúmplice. Que vergonha tenho hoje! Quem tem caráter, tem vergonha! Não nasci para ser político, definitivamente!

Mas o que a DENGUE tem a ver com isso? Bom vamos lá!

O que mais existe em vilarejos administrados por políticos corruptos é abandono e sujeira, em ambos os sentidos, sujeira física e moral, porém vamos nos ater a sujeira física. As ruas são abandonadas, a população joga lixo em qualquer lugar e não existe educação e nem tão pouco legislação eficiente que multe o cidadão que suja o vilarejo, pois todos estão com o rabo preso com o prefeito e vice-versa, o que impede de multarmos um amigo. Como vou multar o meu eleitor? Se fizer isso nunca mais ganho uma eleição!


Ai entra o coitado do Aedes Aegypti, que não entende nada de política e muito menos de má gestão. Ele simplesmente encontra nesses vilarejos, o ambiente ideal para sua procriação, afinal essa é a lei da natureza, crescei e multiplicar! não é? Prefeitos incompetentes não possuem pulso forte para legislar sobre terrenos baldios repletos de entulhos ou com mato alto que são os verdadeiros criadouros do mosquito. Diariamente somos bombardeados com campanhas publicitárias onde somos orientados a limpar a caixa d´água, manter vasos e plantas sem água parada, não deixar garrafas e pneus em ambientes úmidos e por aí vai! Mas nunca assistimos uma campanha onde os "especialistas" em dengue criticam um terreno baldio, coberto de mato ou de lixo, que são na verdade os maiores incubadores do mosquito.

Meu vilarejo está repleto de terrenos baldios mal cuidados e lotados de mosquitos, ratos, baratas, escorpiões, cobras e demais pragas causadoras de diversas doenças e o banana do prefeito sabe apenas dizer que precisa limpar os terrenos e multar os donos que não cumprirem a ordem! Digo "ordem" porque "lei" clara, que responsabiliza e pune os proprietários de terrenos sujos não existe!


Mas ai está o maior erro de gestão que um prefeito pode cometer. Não é simplesmente punindo com multas que se resolverá este problema, pois em vilarejos, uma simples multa pode acarretar uma briga política que levará gerações para ser remediada. Então todos irão me perguntar: Se você diz que simplesmente multar não é a solução, qual seria então? A resposta: Soluções inteligentes, coisa rara em políticos!

Pensem comigo: Se ocupassemos todos os terremos baldios de uma cidade com plantações de hortaliças e plantas medicinais, criando uma lei de incentivo aos proprietários destes terrenos, facilitando parcerias entre cooperativas e empresas para fornecimento de matéria-prima para a fabricação de medicamentos e chás por exemplo e retornando os lucros para as cooperativas e para os proprietários dos terrenos, estariamos resolvendo os problemas de geração de emprego e renda, inclusão social, saúde pública, limpeza e até mesmo turismo, pois não seria maravilhoso visitar uma cidade onde poderiamos ver flores e plantas em todos os cantos? Atraindo pássaros e borboletas ao invés de mosquito da dengue?

Pensem muito bem nisso e me respondam: A dengue é apenas falta de educação dos moradores ou uma questão de falta de competência do seu prefeito? Para os gestores públicos é mais fácil transferir para a população a culpa pelas mazelas, mas se existissem administradores públicos realmente inteligentes e competentes, a nossa realidade seria outra. Estou com dengue e a culpa é do meu prefeito! Fato.