quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Porque minha cidade não desenvolve?

Existem atualmente 4.855 municípios com menos de 50 mil habitantes no Brasil, o que representa cerca de 32% da população. O meu foco de atuação como consultor de gestão pública está exatamente nestas cidades por um motivo muito simples, a falta de capacidade técnica de planejamento de longo prazo de tais gestores. Nestas cidades impera o jogo pelo poder e nada mais. Não existe objetivo de médio e longo prazo para o desenvolvimento. O que acontece já no início do mandato são acordos e negociatas para a reeleição. Na grande maioria destes municípios a mentalidade é somente o "eu" e nunca "o povo". Nomeia-se pessoas despreparadas mas que não questionam, facilitando a vida do prefeito, que é tratado como um rei, mesmo sendo um medíocre.

Um exemplo claro deste fato é que entre os dias 28 e 30 o governo federal patrocinou o "Encontro Nacional de Novos Prefeitos e Prefeitas" em Brasília-DF, onde anunciou um montante de 31,3 bilhões para as prefeituras no ano de 2013, mas que contou com cerca de dois terços dos municípios brasileiros, mas da minha região de atuação, entre mais de 25 municípios, somente um prefeito esteve presente, o que demonstra a falta de interesse dos atuais prefeitos em promover o crescimento e a melhoria de seus municípios. Neste dia 30 participei de um encontro para tratar do assunto meio ambiente em uma pequena cidade, com menos de 27 mil habitantes, onde estiveram presentes especialistas da área, convidados para apresentar oportunidades de geração de renda e emprego combinados com preservação e recuperação de áreas degradadas, mas o que assisti foi um teatro de interesses que não levará a nada.

É típico de cidade onde realmente não existe interesse em desenvolvimento, mas somente em manter o poder nas mãos de alguns. Os especialistas foram praticamente ignorados pelo prefeito e tratados com indiferença pelos demais. Deixando claro a verdadeira intenção destes políticos. Não há interesse em ver uma cidade evoluída, com uma população esclarecida e bem informada, pois isso dificultaria o projeto de reeleição da turma atual. Assisti a uma total falta de interesse em mudanças e nenhuma responsabilidade ética e profissional.

E enquanto isso, muitos desavisados ficam se perguntando porque a cidade não evolui, e infelizmente sou obrigado a afirmar que nunca evoluirá tendo pessoas com esse caráter duvidoso e essa alma tão pequena. O jogo de vaidade é tamanha que eles não permitem a entrada de pessoas capacitadas e não procuram se capacitar, esperando que alguns poucos trabalhem de graça, trazendo novas ideias que são prontamente utilizadas em campanhas eleitorais. Se fecham em um grupo de incompetentes e deixam oportunidades espetaculares serem perdidas e a população não imagina as grandes oportunidades que já bateram as portas do município e foram prontamente boicotadas por pessoas que só pensam em si próprias.

Não se engane, prefeito que não deseja o desenvolvimento, não perde tempo em se informar das oportunidades existentes no governo federal. Vou dar um exemplo claro das oportunidades que sua cidade está perdendo pela total falta de responsabilidade destes prefeitos preocupados com reeleição, mesmo estando a menos de um mês na cadeira. Vejam os exemplos:

- Minha Casa Minha Vida: Para cidade com menos de 50 mil habitantes é possível enviar projetos para o ministério das cidades solicitando até 60 casas populares e a cidade terá 100% dos recursos enviados, ou seja, a sua cidade não vai gastar nada!

- Construção de UBS (Unidade Básica de Saúde): Basta a prefeitura entrar no site do ministério da saúde e enviar o projeto, que sua cidade recebe de graça um Posto de Saúde novinho. sua cidade precisa de outro posto de saúde?

- Pavimentação: Se sua cidade possui ruas sem calçamento, é só incluir o projeto no ministério das cidades que os recursos serão enviados. A prefeitura não gasta nada e sua cidade fica totalmente asfaltada. Difícil né?

- Centro de Iniciação Esportiva: Basta encaminhar o projeto para o ministério do esporte e sua cidade terá um centro poliesportivo para que seus jovens saiam das drogas e pratiquem esportes diversos. É muito difícil esse projeto, basta cadastrá-lo no site do ministério. Será que seu prefeito sabe usar a internet?

- Saneamento: Água e Esgoto: Sua cidade ainda não tem 100% do esgoto tratado? Azar o seu, pois se seu prefeito estivesse bem intencionado, já teria cadastrado o pedido junto a FUNASA. O dinheiro está lá esperando alguém pegá-lo!

- Estradas Vicinais: Os moradores da zona rural de sua cidade estão sofrendo com estradas ruins e mal conservadas neste período de chuva? Vou contar um segredo, mas não espalha pra ninguém por favor! Vai que algum prefeito mal intencionado descobre essa informação vai ser uma loucura. Mas vamos lá: O governo federal está doando uma motoniveladora e uma retroescavadeira para cada cidade brasileira com menos de 50 mil habitantes, não precisa nem de projeto, basta entrar no site do ministério de desenvolvimento e cadastrar a sua cidade. Essa é difícil demais!

- Cidades Digitais: Se seu prefeito fosse um cara bonzinho poderia tentar enviar um projeto e instalar internet gratuita em toda a cidade, mas esse projeto é um pouquinho mais complicado, só conto o segredo pra quem me pedir com muito carinho!

E muito mais, mas vou ficando por aqui para evitar deixar alguns prefeitos desesperados, pois é tanto dinheiro do PAC2, que as prefeituras não precisarão desembolsar nenhum centavo, mas que pode dar morte, não para realizar as obras e melhorar a sua cidade, mas para solicitar os recursos e desviar para a reeleição!

Pense bem nisso! Porque será que sua cidade não desenvolve? Eu respondo: Total falta de vergonha na cara de prefeitos corruptos e mal informados, que só estão preocupados em empregar os amiguinhos e recuperar o dinheiro gasto na campanha. Acorda Povo !!!







segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Qual o preço do Prefeito de sua cidade?

Todo homem tem seu preço !

Está frase nunca foi tão bem aplicada quando falamos de prefeitos de pequenas cidades. Quanto menor a cidade, mais barato é o preço do prefeito. Se você deseja investir seu dinheiro para ter retorno rápido, financie a campanha de um prefeito de cidade pequena nas próximas eleições.

Criei uma metodologia para mensurar de forma rápida se em sua cidade o prefeito foi comprado ou não. Basta analisar os votos dos vereadores. Na composição da câmara de vereadores, você identificará os eleitos pela oposição e os eleitos que apoiam o prefeito eleito. Destes vereadores eleitos, sempre existirá aquele vereador que nunca apoiou o prefeito. É o número de votos deste vereador que apoia de última hora que você deve considerar.

Em cidades muito pequenas qualquer voto faz toda a diferença. Analisando as cidades da região pude confirmar essa tese. Agora o que devemos analisar é o preço de cada voto. Esse preço não é aquele que calculamos dividindo o total de votos pelo valor declarado para a justiça eleitoral. A prestação de contas entregue a justiça eleitoral sempre é menor do que o que realmente foi gasto. Como técnico contábil tenho propriedade em afirmar isso. Contabilmente é possível prestar qualquer valor a justiça eleitoral. Em cidades muito pequenas nunca haverá auditorias para verificar se os valores declarados são realmente o que se gastou em uma campanha.

Então como calcular o preço de um voto. Simples, basta se candidatar a vereador e sair pela cidade pedindo voto ao conhecidos e desconhecidos, em algum momento da campanha alguém lhe pedirá dinheiro em troca de voto. É neste momento que você mensura o valor corrente do voto naquela eleição. O voto nas eleição de 2012 girou em torno de R$ 550,00. Então, se analisarmos um vereador que foi eleito com 470 votos, temos como resultado o valor de R$ 258.500,00. Este é o preço para se tornar um vereador em cidades com menos de 50 mil habitantes. E se este vereador apoiou o prefeito eleito somente nos últimos momentos da campanha, pode-se afirmar de forma precisa que o seu prefeito custa pouco mais de R$ 250 mil.

Agora lhe pergunto, investir cerca de R$ 250 mil em uma campanha para eleger um prefeito é um valor alto ou baixo? Já respondendo diria ser muito barato, pois depois de eleito você, como vereador, terá a força de exigir do prefeito o que bem entender. Cargos para os seus familiares será a primeira forma de retorno do investimento. Pense na hipótese de se ter dois filhos. Sabemos que não se pode empregar parentes por força de lei, mas pode-se solicitar a uma empresa que preste serviços para a sua prefeitura, esta mesma empresa ficará responsável pela contratação de seus filhos e parentes. Assim, no momento da licitação você já solicita que a empresa aumente o preço de seus serviços no valor desejado. Se você desejar que seu filho ou filha recebam algo em torno de R$ 5 mil cada um mensalmente, que para uma cidade com menos de 50 mil habitantes é mais que o suficiente, verá que em 4 anos irá recuperar cerca de R$ 480 mil frente aos R$ 250 mil investidos, ou seja, cerca de 192% do valor aplicado.



Qual aplicação, sem risco e sem trabalho, te devolve o valor investido com lucro de 92% em apenas 4 anos? Que aplicação rendeu cerca de 23% ao ano e com risco zero nos últimos anos? Acompanho o índice bovespa, o ouro, o dólar e os papéis de grandes companhias e garanto que nunca vi aplicação mais rentável. Só existe outra forma de retorno tão lucrativa como essa. Se chama agiotagem, mas alguém quer apostar em agiotagem? Não é melhor declarar que apoiou um candidato a cargo de prefeito ou vereador e ficar legalmente respaldado?

Então, queridos amigos, quando algum prefeito declarar em público ou na sua frente que não possui o "rabo preso" com ninguém, desconfie, pois ele está apenas praticando o exercício de repetir milhares de vezes uma mentira até que ela se torne uma verdade. Mesmo que seja somente para ele tentar ter a consciência tranquila. Mas não se enganem. Ele tem preço sim e é bem baratinho se formos analisar friamente.

Qual foi a diferença entre o primeiro e o segundo colocado a prefeito nas últimas eleições em sua cidade? Se foi algo em torno de 1.000 votos. Seu prefeito vale cerca de R$ 550 mil, mas a sua cidade vai pagar mais de R$ 1 milhão. Pense nisso ! Em 2016 aposte na ideia de investir em uma campanha política. O retorno é garantido e ninguém vai reclamar.



Tragédia de Santa Maria - Aprenderemos algo?

No último domingo (27/01/2013), na Boate Kiss, na cidade de Santa Maria, região central do Rio Grande do Sul, houve um "acidente" onde faleceram até o momento 236 jovens. Trata-se de uma tragédia esperada, pois tais acidentes já ocorreram em maiores ou menores proporções. Aquela premissa de que acidentes nos ensinam a planejar melhor nossas ações para evitarmos posteriores fatos de mesma ordem não ocorre.

Hoje, o Brasil e o mundo irão discutir em todos os meios de comunicação quais foram as falhas e quem serão os culpados, sempre analisando pela ótica da prevenção de incêndios em locais fechados, mas jamais tais análises chegarão ao cerne da questão. A irresponsabilidade e a superficialidade dos órgãos de fiscalização, estes sim, os verdadeiros responsáveis por grande parte dos acidentes desta natureza. Mas porque digo isso?

Vamos fazer uma análise voltando ao início. Em algum momento, alguém resolve investir em uma casa noturna destinada ao entretenimento de jovens e adultos. No meio empresarial todos são unânimes em afirmar que este tipo de empreendimento são sazonais, pois a grande "sacada" é sempre oferecer novas opções, ou seja, raramente veremos uma boate ou casa noturna com mais de 20 anos de fundação e que ainda estejam no mesmo local em funcionamento ininterrupto. A juventude necessita de novidade constante e em grande parte deste tipo de atividade comercial o que assistimos são mudanças de nome, fachada e decoração, mas se realizarmos uma análise bem detalhada veremos que o modelo é sempre o mesmo: locais bem fechados, até pela obrigatoriedade da não propagação do som, ambientes escuros e com bastante iluminação artística para criar um ambiente de proximidade das pessoas e muita bebida.

Criar um empreendimento ligado a entretenimento noturno para jovens é muito simples, bastanto reduzir o espaço de circulação para dar a sensação de casa lotada, luzes, som alto e muita bebida. Pronto, a festa está armada! Não estou aqui defendendo que tais casas não existam, pelo contrário, até já fui proprietário e frenquentei bastante tais locais, mas exatamente por ser tão próximo dessa realidade afirmo que a tragédias ocorrem pela superficialidade como são realizadas as liberações de alvarás de funcionamento e os laudos técnicos.

Esta superficialidade ocorre em todos os órgãos da administração pública. A burocracia é rigída, mas para apresentação de documentação no prazo, dentro das normas estabelecidas, mas 100% das licenças de funcionamento deste tipo de estabelecimento ocorre sem uma visita "in loco" do responsável pela liberação. As prefeituras exigem dos bombeiros o laudo técnico, que sabemos ser bem simples. Informações como a quantidade segura de pessoas, o tempo de escoamento da população em caso de evacuações, os equipamentos de segurança contra incêndio, a sinalização das saídas de emergência são os pontos críticos.

Mas esta licença de funcionamento só poderia ser expedida após uma observação detalhada de aspectos mais específicos que poderiam minimizar tais tragédias como por exemplo: o tipo de material de isolamento acústico propaga chamas? A iluminação de emergência é acionada automaticamente no menor sinal de fumaça? Será permitido o uso de efeitos pirotécnicos dentro do estabelecimento? A equipe de funcionários é realmente preparada para casos de incêncdio e evacuação? A prefeitura assistiu um treinamento da brigada de incêndio do estabelecimento? Existe documentação específica determinando a responsabilidade em caso de acidentes com os frequentadores? A equipe de segurança é realmente preparada? O estabelecimento possui seguro de vida em grupo para cada evento que realiza? Existem câmeras de segurança que registram agressões e brigas entre clientes ou entre clientes e seguranças?

Todos dirão, mas Fernando, se adotarmos estes cuidados ficaria inviável financeiramente investir em uma casa noturna. Vou responder da forma que sempre vendi seguro de vida para os clientes das instituições bancárias que atuei: Quanto valor seu carro? O seguro do seu carro é barato ou caro? Sua vida vale mais que o valor de seu carro ou não? Pronto, a resposta é: A vida de um ser humano, seu filho ou não, é menor que um investimento sério em segurança?

Este acidente deveria ser utilizado para criar uma cultura de responsabilidade nos gestores públicos, onde a liberação de licenças de funcionamento deveria ser mais cautelosamente expedidas e até corresponsabilizar o funcionário público que liberou uma licença de funcionamento de um estabelecimento de forma superficial.


quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Corrupção - A arma do incompetente

A discussão sobre corrupçao na Administração Pública será eterna, faz parte da índole do ser humano levar vantagem sobre outros. Sempre afirmei que existem 3 tipos de seres humanos:

1 - os que pensam nos outros;
2 - os que não pensam em ninguém;
3 - os que pensam somente neles próprios.

Infelizmente, a maioria esmagadora de gestores públicos que chegam a cargos de prefeitos e vereadores estão enquadrados no terceiro tipo, ou seja, só pensam em si próprios e é dai que advêm a corrupção. Ser corrupto é inerente ao ser humano. Discussões sobre religião, cor da pele, raça, se sou europeu, asiático, africano, americano, isso pouco importa. O dia que o ser humano tiver a coragem de olhar para dentro de si mesmo e realizar uma auto-análise verá que tudo que nos move são nossos desejos pessoais.

Aderimos a um programa para salvar baleias, porque nos importamos com os outros, se nos drogamos ou somos viciados em algo prejudicial a nossa saúde estamos enquadrados no segundo grupo e se o que nos motiva é o acúmulo de bens para nossa satisfação pessoal, estamos no terceiro grupo. Simples assim! Não vamos ser hipócritas ao ponto de negar isso. Não existe essa coisa de pecado, as religiões nasceram apenas para acalmar o animal predador que existe dentro de nós e somente isso.

Quando vejo pessoas se matando por religião no Oriente Médio, ou explorando outros da mesma expécie como os europeus fizeram durante séculos com os habitantes do continente africano ou praticando estupros coletivos na Índia, ou realizando controle de natalidade como na China, só consigo analisar deste ponto de vista. A humanidade é simplesmente uma eterna batalha entre estes 3 tipos de animais.

Então não há solução para corrupção, existem sim, formas de se fiscalizar e punir os indivíduos que a pratica. Nunca deixarão de existir políticos envolvidos em mortes, desvios de dinheiro, nomeações de amigos para cargos importantes. Isso tudo sempre foi assim e sempre será. Se voltarmos na origem da humanidade veremos exemplos de todos os tipos para confirmar essa tese. Agora porque digo que a corrupção é a arma do incompetente? Vou explicar.

Campanha eleitoral só é vencedora se existe dinheiro e este dinheiro não nasce em árvores, então após a eleição o prefeito é "obrigado", repito "obrigado" a aceitar todas as exigências dos financiadores de campanha que estão somente interessados em resolver os próprios problemas (olha o terceiro tipo de ser humano aí) e exigente que filhos, amigos ou indicados assumam os melhores cargos em uma administração. Em 90% destes casos, os indicados são pessoas despreparadas e sem o perfil ideal para administrar uma cidade. Surgem aí as ações desastrosas e as demoras em solucionar problemas pequenos. A população se irrita e vai a mídia reclamar da saúde, da educação, da limpeza pública, da falta de oportunidades de empregos e por ai vai.

Mas estes mesmos prefeitos raramente nomeiam profissionais competentes, pois caso a população note que algum funcionário está realmente interessado em resolver os problemas da população ou começa a adotar práticas modernas de gestão pública e consequentemente melhorando a qualidade de vidade em uma comunidade, são idolatrados e a notícia corre rapidamente em cidades pequenas e os políticos se sentem ameaçados pelo destaque do indivíduo e logo acabam eliminado o mesmo para que todos fiquem no mesmo nível, evitando assim que apareçam novas lideranças locais. Existe um ditado que reflete bem a mentalidade do prefeito incompetente: "Prego que se destaque deve ser martelado". Nunca existirá um prefeito que dê oportunidade a alguém competente que não seja de seu círculo íntimo, pois assim ele tem o medo de não controlar o "monstro" criando um adversário político. E isso em cidade pequena pode representar o fim da única fonte de renda. O dinheiro público!

Mas o que os políticos incompetentes não conseguem projetar é que dando oportunidade a pessoas realmente capazes, a cidade melhora e a população será eternamente grata aquele prefeito e não a um simples funcionário público. Tudo depende da forma como se desenvolve as peças publicitárias. Podemos ter um prefeito marionete, mas se o mesmo estiver rodeado de pessoas competentes, o marqueteiro inteligente sempre venderá a figura de um homem altivo e capaz. As propagandas vendem a imagem que desejamos vender. Não elegemos o Fernando Collor baseados em publicidade? Deu errado, mas não foi culpa dos marqueteiros. 



quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Meio Ambiente - Cuidado com os falsos profetas !

Todos irão concordar comigo quando digo que o assunto meio ambiente tem se tornado cada vez mais presente nos discursos políticos e parece doce na boca de "especialistas" que vendem a ideia de que a cidade precisa adotar coleta seletiva do lixo e que é necessidade urgente plantar árvores para contribuir com o "tal" do meio ambiente. É nessa festa do caquí, que aparecem os milagreiros e os falsos profetas. Vou explicar!

Desde janeiro de 2011 tenho me especializado no tema pelo fato de possuir uma consultoria em projetos para captação de recursos e a cada assunto que surge tenho mais certeza que o tema é muito mais complexo do que a grande maioria imagina. Já participei de diversos seminários, conferências, palestras e grupos de dicussão sobre o assunto e sem contar as centenas de livros, leis e artigos sobre meio ambiente e posso dizer com conhecimento de causa: Quem deseja entender do assunto realmente, precisa focar em um único tema dentro dos vários relativos ao meio ambiente, como por exemplo, se você quer resolver a questão do desmatamento, leia tudo que existir sobre o tema, procure manter uma relacionamento muito próximo com órgãos como a EMBRAPA, que possui uma área especializada em florestas. A EMBRAPA pode lhe oferecer um arcabouço de informações sobre árvores nativas surpreendente.

Agora, se você deseja resolver o problema do lixo e da limpeza pública em seu município, por favor, faça a lição de casa. Não saia dando entrevistas em jornais e programas de rádio sem ter total conhecimento do assunto. Tenho assistido cada loucura em cidades de pequeno porte que deixariam qualquer especialista em meio ambiente de cabelo em pé. Na ânsia de ter um emprego na prefeitura ou o mais perigoso, ganhar dinheiro com o lixo, muitos "falsos profetas" acabam enganando muitos prefeitos, que por não terem nenhum conhecimento do assunto, acabam caindo em armadilhas perigosas, que podem levar uma cidade a falência, devido aos erros praticados por estes oportunistas.

Vou exemplificar: Conheço 4 (quatro) cidades de pequeno porte aqui em minha região, com menos de 50 mil habitantes e que não possuem capacidade técnica e nem financeira para construir e manter um aterro sanitário dentro das novas normas da ABNT exigidas pelas leis 11.445/07 e 12.305/10. E todas estão sendo ainda mais irresponsáveis por terem adotado ideias de "falsos profetas". Vejo diariamente alguns atos absurdos que podem, no futuro, causar perdas irreversíveis em lençóis freáticos ou na fauna e na flora das pequenas cidades. Vejo "turistas" se reunirem em grupos denominados "Comitês de Meio Ambiente" para discutirem medidas a serem implantadas para melhoria do meio ambiente, sem mesmo saber o que deve ser realmente feito. Discutem sobre educação ambiental, coleta seletiva e aterro sanitário como se estivessemos falando de plantar cebolinhas e salsinhas no fundo de casa.

A irresponsabilidade é tamanha porque estes "falsos profetas" recebem total apoio dos prefeitos e vereadores. São cultuados como profissionais altamente capacitados. É assustador o que se vê nos dias atuais. Como sempre, mostro a minha indignação pela falta de respeito dos gestores públicos para com nossas cidades e com o dinheiro de nossos impostos, mas também apresento uma forma realista e correta para gerenciar uma cidade em qualquer um de seus aspectos. No caso do meio ambiente vou dar algumas dicas a esses prefeitos medíocres e a estes falsos profetas. Podem ficar a vontade para copiar as ideias.

Primeiro passo: Sua cidade possui um Fundo Municipal de Meio Ambiente para receber recursos públicos e privados? Inclua nesses recursos todas as multas que as empresas sofrem e que são depositadas neste fundo. Conheço cidades que deixaram de receber mais de R$ 2 milhões somente em 2012 por não possuirem o fundo. Tais recursos foram depositados em cidades vizinhas e o prefeito nem sabe disso. O dono do buteco não sabe que está perdendo dinheiro. Ainda bem, pois se soubesse teria desviado este também!

Segundo passo: Sua cidade possui um Conselho de Meio Ambiente? Não falo de um Comitê formado por turistas, falo de um conselho com membros de diversos segmentos, mas onde a maioria seja conhecedora do assunto meio ambiente. Este conselho será o órgão que discutirá com a sociedade quais as leis e normas a serem adotadas no âmbito municipal. Assuntos que vão desde uma simples instalação de lixeiras a liberações de licenças ambientais para empresas.

Terceiro passo: A sua cidade já desenvolveu o Plano Municipal de Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos? Este plano define de forma clara como será a coleta seletiva, se ela realmente for adotada, discorre sobre a destinação de todos os tipos de resíduos sólidos, como por exemplo, o lixo residencial, o lixo empresarial, o lixo hospitalar, o lixo gerado pela limpeza pública, o apoio a cooperativas de coletores de material reciclável, a inclusão social destes coletores, a implantação de usinas de reciclagem, a construção e manutenção de aterros sanitários, as multas por descumprimento das regras, e por ai vai.


Quarto passo: Se realmente a sua cidade vai adotar um aterro sanitário, aprenda a fazer um. Jogar lixo num buraco e cobrir de terra não é aterro. É crime ! Tenho certeza absoluta que 99,9% das cidades com menos de 50 mil habitantes não tem capacidade técnica e nem financeira para manter uma aterro sanitário conforme as normas ABNT.

Quinta passo: É lindo implantar a coleta seletiva e separar os resíduos orgânicos para criar adubo orgânico, que é muito mais eficiente e barato que os fertilizantes adquiridos das multinacionais, mas pelo amor de Deus, fazer compostagem não é fazer um monte de lixo em um terreno baldio e misturar restos orgânicos e folhas de podas de árvores. É necessário construir um terreiro impermeável para proteger o lençol freático, com caixas de decantação para o chorume e acompanhamento técnico.

Sexto passo: Dica aos prefeitos medíocres. Não permitam que os seus amigos "falsos profetas" assumam a responsabilidade em desenvolver um plano de meio ambiente na sua cidade. A responsabilidade será sua! Se você plantar árvores não-nativas, reflorestar áreas de preservação permanente com Eucaliptos ou poluir a água de seus netos, o custo político será eterno. Entendeu? Você nunca mais ganha uma eleição, nem para síndico de seu prédio!

Sétimo passo: Use o meio ambiente para transformar sua cidade em um belo jardim. Não se atrai borboletas sem um jardim. Entendeu ou preciso desenhar? Vou ser mais detalhista. Se uma cidade desenvolver um plano de meio ambiente de alto nível, terá retorno na qualidade de vida de seus moradores, vai atrair turistas de verdade para conhecer uma bela cidade, vai incentivar empresas a se instalarem e muito provavelmente vai atrair profissionais de diversas áreas, interessados em morar em uma cidade limpa, bonita e com qualidade de vida. As pessoas estão cansadas de sofrer com as dificuldades das cidades grandes. Se uma cidade pequena, criar o ambiente ideal, terá um retorno invejável.

Pensem nisso! A sua cidade está cuidando do meio ambiente de forma correta ou só usa o tema para fazer publicidade?



segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Prefeito Medíocre - Cidade Medieval

Uma das premissas básica para um bom gestor público é conhecer a história. Eleger um prefeito ou vereador que desconhece a história do município, do Brasil e da humanidade já é um elemento de alerta. Quem desconhece a história está fadado a repetir todos os erros do passado, forçando a cidade a andar em círculos, que na minha humilde opinião já acontece com a maioria das cidades brasileiras com menos de 50 mil habitantes e mais de 100 anos de fundação.

Tenho tido tempo para me dedicar a análise detalhada do passado e do presente de inúmeras cidades com menos de 50 mil habitantes e as primeiras conclusões são assustadoras. Todas, repito, todas as cidades com menos de 50 mil habitantes e com mais de 100 anos de fundação estão paralisadas no tempo, e não no nosso tempo, ou seja, em 2013, século XXI, mas sim paralisadas no passado, mais precisamente na Idade Média, que para os conhecedores do assunto, teve seu início por volta do ano de 476 d.c., com a queda do último imperador romano, Rômulo Augusto, e se estendeu até meados de 1.517 com a Reforma Protestante, promovida por Martinho Lutero. Mas em outra ocasião explano mais sobre a origem da Igreja Luterana, que me fascina muito.

Sempre observando a forma como se deu a vitória dos prefeitos e vereadores nas últimas eleições, ocorridas em outubro de 2012, pude constatar que em praticamente a totalidade das cidades com menos de 50 mil habitantes e com mais de 100 anos de existência, as vitórias só aconteceram devido a alianças políticas entre eternos adversários. A cada ano que passa, a dificuldade em esconder da grande massa de desavisados, as diversas irregularidades e crimes cometidos pelos eternos políticos, a fôrmula encontrada nas últimas eleições foi dividir para conquistar. Muitos candidatos eleitos, só conseguiram êxito porque dividiram a base política dos adversários prometendo cargos importantes para eternos inimigos de urna. Políticos que nunca tinham se aliado na história, acabaram do mesmo lado.

Estas alianças estão, neste momento, ocasionando as nomeações dos cargos de "confiança" de pessoas despreparadas ou até mesmo de pessoas que nunca trabalharam na vida. Nomear para um cargo como Secretário de Indústria e Comércio, um menino recém formado só para agradar o pai, que possui uma empresa em dificuldades financeiras é um exemplo disso. Nomeações para cumprir promessas eleitoreiras é o maior crime que um gestor público comete com a cidade que governa. E isso é cotidianamente constatado em todo o território nacional. É por este motivo que faço um paralelo entre a figura de um prefeito medíocre e uma cidade presa no passado medieval, pois a exemplo da idade média, estas pequenas cidades possuem os mesmos costumes daquelas pequenas vilas ou aldeias formadas por "servos" que tinham o direito de cultivar a terra em troca de moradia e proteção das "famílias nobres" que davam um pouco de comida e proteção para seus vassalos. Enquanto isso os "feudos" eram transferidos de forma hereditária.


Vamos fazer esse paralelo? Observem a sua volta. Vamos usar como exemplo uma pequena cidade do interior paulista que possui como característica principal a monocultura da cana-de-açúcar.

No inicio do século XX, por volta do ano de 1911, instala-se uma usina de açúcar e álcool as margens de um grande rio e de forma continua e regular o proprietário da usina começa a comprar todas as pequenas propriedades de terra a sua volta. Mais adiante começa a emprestar dinheiro para os moradores deste povoado, que devido aos altos juros, acabam entregando o restantes das terras a este mesmo "coronel". O tempo passa, estamos em 2011, ou seja, 100 anos depois. A usina ainda existe e a cidade continua cercada por canaviais e a eleição para prefeito se aproxima. Começam as conversações e as negociatas das "famílias nobres" para a campanha vitoriosa.

Duas "famílias nobres" decidem lançar candidatos separados, mas não por inimizade, e sim por entenderem que dividindo os votos, o candidato da situação sofrerá uma perda considerável de eleitores, ou melhor, perderá o apoio da massa de "servos". Chega 2012, e com ele as eleições municipais, que elege um dos candidatos de "família nobre" e renova-se a Câmara Municipal, mas claro, que a "posse" dos cargos de vereadores são transferidos hereditariamente. Assim mantem-se a mesma fotografia da Idade Média, e o "nobre" prefeito, para "pagar" pelo apoio dos outros "nobres" começa a sua estratégia de nomeações da, segundo ele, melhor equipe já vista na história da cidade. Mas para a surpresa geral, nomeia-se os filhos dos amigos. Em segundo plano, distribui pequenos cargos, de menor importância, para os "amigos servos" mais fiéis, aqueles que sempre estiveram ao seu lado a vida toda.

Pronto! Está desenhado o cenário para mais 4 anos de "nada" ou "coisa alguma" porque infelizmente os cargos de confiança estão ocupados por pessoas amigas, fiéis e "incompetentes". Para quem, como eu, já atuou por muitos anos na iniciativa privada, fica fácil fazer esta análise, pois sabemos que quando um gestor assume um cargo novo, tem que identificar os gargalos e as falhas no processo para depois desenhar uma estratégia de curto, médio e longo prazo e ai sim, começar a "gerenciar" o planejado. Mas como cobrar de uma pessoa que nunca trabalhou na vida um planejamento desse tipo? Se ele está acostumado a olhar em voltar e ver um monte de pessoas de braços cruzados, a sua reação será cruzar os braços e copiar o que funciona, ou melhor, o que nunca funcionou.

Existe outro cenário, ainda mais perigoso. Este "amigo" do prefeito, na tentativa de mostrar que é competente para a população, começa a tomar decisões sem planejamento e sai construindo obras que ligam nada a lugar nenhum, plantando árvores em áreas proibidas só para dar publicidade de que entende de meio ambiente, nomeando assessores que sabem menos que ele, só para empregar o "amigo" do "amigo" e a grande massa, aplaude calorosamente as novidades, que na verdade já aconteceram nos mesmos moldes há uns 50 anos atrás, pois a "criança" não conhece a história do município e utilizará esta comunidade como "cobaia" para os próximos projetos.

Cidades nas mãos deste tipo de prefeito nunca evolui, pois ainda não nasceu nenhum Martinho Lutero para questionar a moralidade dessa escravidão religiosa e política em pleno século XXI. E o povo? Qual o papel do povo nesse cenário? Amigos, lembrem-se que é na Idade Média que surgiu a figura do "Bobo da Corte".

Mas não adianta divagarmos sem dar uma solução. Esta solução existe e é muito simples de ser implementada mas, vai depender da coragem e da malícia dos Administradores Públicos que estão sendo formados nas Universidades Federais pelo Brasil afora. Estes profissionais encontrarão uma oportunidade nunca sonhada na história do Brasil, a oportunidade de desenvolver projetos de 30 anos para as pequenas cidades, com foco na qualidade de vida e na geração de emprego e renda, mas não se enganem, todos estes profissionais, no melhor sentido da palavra, irão encontrar políticos também profissionais, mas na arte de enganar, manipular e talvez até matar pela manutenção do poder. E saiba que a mudança seria maravilhosa para todas estas cidades, mas o medo dos atuais políticos pode levar estas pequenas "vilas feudais" a amargarem mais 100 anos de paralização. Os "nobres" não vão dar facilmente uma oportunidade para quem realmente entende de gestão municipal pelo simples fato de que receiam criar futuros "inimigos" políticos, obrigando-os a dividir para conquistar mais uma vez.

Pense nisso e reflita, como está a administração de seu "feudo" chamado popularmente de cidade?

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Solução para Enchentes - Existe?

Peço desculpas a todos os meus seguidores, pois nos últimos dias estive um pouco amargo e revoltado com a falta de planejamento e de responsabilidade da quase totalidade de prefeitos Brasil afora. A publicação de texto ensinando fraudar concursos ou nomear samambaias em cargos de confiança foi um desabafo.

Vamos adiante! Ontem assistindo a algumas reportagens sobre enchentes em várias cidades brasileiras fiquei me questionando até que ponto tais desastres são realmente intervenção do homem e quais as medidas que poderiam ser adotadas para minimizar tais calamidades e como sempre as conclusões que mais saltam são as de que falta mesmo "Gestão".

Claro que construir casas em áreas de risco, encostas e margens de córregos são parte da receita para o desastre, mas este tipo de invasão do homem na tentativa de construir a casa própria em locais inadequados é responsabilidade de uma única pessoa: O Prefeito. Quando o executivo chefe nomeia uma samambaia como sercretário de obras e infra estrutura, ou um secretário de habitação sem qualificação e competência os resultados são lógicos, não é necessário ser muito inteligente para prever o resultado, pois como a samambaia não faz planejamento e nem conhece o significado disso, acaba transferindo para sua equipe a seguinte mensagem: "aprovem qualquer construção e não realizem fiscalizações periódicas na áreas de risco, pois se alguém construir onde não é permitido o azar é dele". Pronto, está plantada a semente do caos.

Mas outra forma de neglicenciar as claras evidências de desastres causados pela falta de planejamento é o desconhecimento ou a inércia dos responsáveis por esta área. Uma esmagadora quantidade de secretários de obras desconhecem até que existem linhas de créditos viáveis economicamente para as prefeituras realizarem projetos de melhoria da drenagem ou escoamento das águas da chuva. Simplesmente se acomodam e deixam os dias passarem, pois afinal, só lembramos de enchentes nesta época do ano. Acaba o período de chuvas, acabam as enchentes. Simples assim! E o povo tem memória curta, só vão voltar a falar sobre este assunto em janeiro do ano que vem. Mas Fernando, e quem ficou desabrigado ou teve um parente morto no desastre? Amigo, e administrador público está preocupado com isso? Acorda povo!

Pra não dizer que só critico e não apresento soluções. Segue o link de um programa disponível na Caixa Econômica Federal destinado exatamente para financiar obras de intervenção estruturais para a diminuição de enchentes:


Sabem qual o custo para um município com menos de 50 mil habitantes? A caixa exige uma contrapartida, ou seja, a parte que o município deve pagar, de somente 3% do valor dos Repasses Federais. Para exemplificar: Se sua cidade recebe R$ 1 milhão de repasses federais por ano, o município poderá desembolsar apenas R$ 30 mil.

Agora te pergunto: R$ 30 mil por ano para resolver um problema crônico de enchente é muito dinheiro para uma prefeitura? Amigos, R$ 30 mil por ano nem se aproxima do valor do salário anual de um secretário de obras de um município deste porte. Então lhes digo: o bom "gestor" público, ou se preferirem, o bom "prefeito" dispensaria a figura de um secretário samambaia e em 4 anos resolveria diversos problemas de enchentes em sua cidade? Claro que não. E como ele vai agradar o seu querido "amigo"?
Então, posso ter o direiro de continuar indignado com a qualidade dos administradores públicos que temos? Ou eu sou uma voz solitária?

Quanto a prefeitura de sua cidade gastou com obras de prevenção contra enchentes no ano passado? E qual o tamanho do salário do secretário samambaia de obras de sua cidade hoje? Pense nisso !!!

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Concurso Público: Como acontecem as fraudes?

O sonho de milhares de cidadãos de pequenas cidades é ser aprovado em um concurso público da prefeitura local e garantir o dinheirinho para sobreviver, mas o que a grande maioria já sabe é que concurso público para preenchimento de cargos em prefeituras não passa de uma encenação muito bem orquestrada para beneficiar os "amigos" do prefeito. Como assim encenação? Vou explicar. Fazendo uma pesquisa detalhada sobre os concursos públicos em pequenas cidades pude identificar alguns pontos que são os maiores sinais de que houve ou haverá fraude no concurso público.

O primeiro indício está na contratação da empresa organizadora do concurso, que na maioria esmagadora dos casos, são empresas de consultoria ou assessoria de pequeno porte, sem representação nacional e que raramente organizam concursos públicos para instituições de renome. São na verdade especializadas em concursos públicos para prefeituras de pequenas cidades e sempre de forma regionalizada.

O segundo ponto a ser levado em consideração é o fato de que a maioria dos editais elaborados por estas pequenas empresas de assessoria em concursos sempre possuem formas de avaliação subjetiva, tais como, experiência de 6 meses na função, entrevista psicológica eliminatória e por ai vai.

O terceiro ponto se refere a forma como são tratados os casos de gabarito e caderno de provas. Notem que em 100% dos casos as empresas organizadoras dos concursos públicos não permitem que o concursando fique de posse do caderno de questões e tão pouco com uma cópia do gabarito. Muitas destas empresas apenas permitem que os postulantes ao cargo público na prefeitura anotem as suas próprias respostas em papel avulso e sem logotipo da empresa ou qualquer outra forma de comprovação. Este sempre é o ponto que a maioria dos concursandos acredita ser o de maior problema mas na verdade não é.

Agora o golpe: Após o término das provas, essas empresas recolhem os gabaritos e procuram o funcionário da prefeitura responsável pela organização dos concursos e lá substituem os gabaritos dos "protegidos" por gabaritos com alto índice de acerto, finalizando o processo da fraude.

Notem que esses concursos públicos em cidades pequenas demoram mais que o normal para divulgarem os resultados e essa prática faz parte do processo fraudulento, pois demorando, criasse uma expectativa de que está sendo realizado uma correção detalhada das provas, dando um ar de profissionalização ao processo e quando se divulgam os resultados, o "protegido" do prefeito nunca passa em primeiro lugar, a não ser que o cargo seja para apenas uma vaga, mas na maioria dos casos, estes "protegidos" passam em segundo ou terceiro lugares, só para dar mais credibilidade ao certame, pois todos concluem que se houve alguém que foi melhor classificado do que o "amigo" do prefeito, então o concurso foi mesmo honesto.

Se realizarmos uma pesquisa rápida em qualquer pequena cidade brasileira, vamos encontrar parentes de prefeitos e vereadores que atuam como funcionários públicos concursados. Este fato não é coincidência, é fraude, não tenham dúvida disso nunca. Tenho exemplos em todas as cidades da região para solidificar a minha informação. Na cidade de Igarapava mesmo, atualmente sabemos de profissionais na área da saúde que mesmo sendo vereadores, exercem a cargos públicos na prefeitura, casos como os de dentistas que nunca atenderam um único cidadão. Estes "profissionais" do poder público apenas aparecem no inicio e no final do expediente para registrar a sua "presença" e garantir o salário. O prefeito sabe e não faz nada !

Mas você me perguntaria: E não existe então nenhuma forma de evitar que as prefeituras de pequenas cidades fraudem os concursos? Eu diria que sempre existe uma forma para moralizar a gestão pública, o problema está em sabermos identificar qual prefeito tem esse interesse e qual prefere continuar praticando um governo de corrupção para ajudar os seus colaboradores. Posso afirmar com toda certeza, que atualmente nos mais de 6 mil municípios brasileiros, a prática da fraude é a opção mais aceita. Cabe a nós cidadãos exigirmos do poder judiciário uma maior atuação. As denúncias devem ser feitas antes e depois dos concursos, para criar na população uma visão de que é possível moralizar esses processos.

A solução perfeita nunca existirá, mas podemos adotar práticas para dificultar as fraudes, como por exemplo, exigir que todos os envelopes contendo os gabaritos sejam lacrados com númeração específica e na presença de todos os concursandos e de alguma autoridade do poder judiciário, de preferência de outra localidade, para evitar favores que sabemos existir entre judiciário e executivo ou legislativo e que a abertura e apuração dos resultados seja feita em local público, onde toda a população possa assistir em tempo real a correção das provas. Assim todos que tiverem interesse real estarão presentes e irão acompanhar.

Esta simples prática poderia moralizar os concursos públicos no Brasil, mas eu particularmente não acredito que algum prefeito tenham essa iniciativa, pois isso iria contrariar muitos "amigos" e provavelmente ele nunca mais seria eleito. Uma pena como a mentalidade medíocre de nossos gestores públicos atrapalha o desenvolvimento de pessoas e cidades.

Se precisarem fraudar algum concurso público de uma prefeiturinha, chamem outro por favor ! Ainda acredito que trabalhar honestamente é mais fácil que roubar! Mas não se enganem, isso assusta os políticos de plantão. O comentário mais comum que podemos ouvir é: Você é um idiota, todo mundo rouba!

E viva a República dos Bananas !!!

* Banana = Povo que não denuncia irregularidade ou povo que não rouba dinheiro público? E agora, estou na dúvida!

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Como roubar a Frota Municipal

Devido o que chamo de "resignação interiorana" de quase a totalidade populacional das pequenas cidades do interior do Brasil, os funcionários públicos concursados ou não (cargos de confiança) atuam de forma livre e com a conivência dos prefeitos e vereadores em todas as áreas da administração pública. A bandidagem é a regra, a honestidade é a excessão.

Ser honesto em cidade pequena é estar fadado a pobreza. Se um cidadão tem a possibilidade ou oportunidade de trabalhar em uma prefeitura municipal do interior deve obrigatoriamente participar dos grupos ou como muitos costumam nomear, das "quadrilhas". As prefeituras são, na maioria das pequenas cidades, a única opção de trabalho e como todos sabem, no máximo a cada 8 (oito) anos a mamata acaba !

Como dizem no interior: "Saem os porcos gordos, entram os porcos magros" mas o modus operandi continua o mesmo. Prefeitos e funcionários roubando o dinheiro público e vereadores e ministério público aprovando as contas e escondendo as mazelas. E assim caminha a rotina nas pacatas cidades interioranas. A "resignação interiorana" a que me refiro cabe a maioria que não tem emprego na prefeitura e fica assistindo a tudo e sempre calados, esperando que em algum momento uma migalha caia a seus pés.
Muitos moradores de cidades do interior tem a mesma mentalidade: O filho precisa estudar e prestar um concurso público para trabalhar na prefeitura e ganhar o seu honesto dinheirinho. Mas o que a grande maioria dos pacatos cidadãos não sabe é que estão fortalecendo ainda mais as "forças do atraso". Sempre que não se denuncia uma irregularidade, damos "força" para um pequeno grupo de bandidos intitulados de "doutores" continuarem dilapidando o patrimônio público. Muitas cidades do interior continuam adotando práticas do inicio do século XIX, roubando galinhas e porcos do vizinho e se vangloriando de serem espertos.

Para se ter uma idéia de como as pequenas cidades brasileiras são dilapidadas a cada 4 (quatro) ou 8 (oito) anos, eu fiz um levantamento sobre gastos públicos e descobri que "a cada R$ 1,00 gasto com o saneamento básico, economiza-se R$ 4,00 em saúde" mas o que assistimos atualmente são epidemias de dengue, esgosto a céu aberto, lixo jogado em terrenos baldios e ninguém reclama. Porque será? Eu digo: O dinheiro que deveria ser utilizado para o saneamento básico foi desviado, ai ficamos sem o saneamento e sem a saúde. Mas calma, que ai vem a parte mais triste dessa história.

A maioria da população deve algum "favor" aos políticos, seja uma aposentadoria por invalidez fraudada, seja o pagamento de uma dívida no comércio, seja a garantia de um emprego de subsistência em algum departamento da prefeitura, seja uma bolsa de estudos para o filho formar e passar em um concurso público, de preferência na prefeitura mesmo, que sabemos, será fraudado também, mas este assunto de fraude em concurso público vou deixar para outra oportunidade, onde vou ensiná-los como se frauda um concurso em cidades do interior do Brasil.

A cidade de Igarapava, no interior de São Paulo, divisa com Minas Gerais, é uma escola para políticos corruptos, nela já se praticou todas as modalidades conhecidas de desvios de recursos públicos e a cada dia novas práticas são ensinadas aos mais jovens. A "resignação interiorana" é premissa básica para se dar bem por lá, pois se eu não denuncio eu vou conseguir ganhar a "amizade" do prefeito e ai serei muito bem recompensado. Vou ter a permissão para levar um motor de uma ambulância pra casa e trocar pelo motorzinho velho do meu poizé (carro antigo), que já está quebrado há mais de ano, o dinheiro é curto, você sabe como é! Cidade pequena não tem emprego, uai ! Preciso agradar os "doutores" senão vou ser deixado de lado e ai a coisa fica ainda pior.

A população assiste a tudo e ainda aplaude. Nas conversas de bar o assunto é um só. Todos dão razão aos políticos e dizem: "Tem que roubar mesmo, se eu não roubar outro vem e rouba no meu lugar !" e as campanhas eleitorais são cada vez mais lindas e cheias de esperança, dignas de premiação no "Oscar" e a massa vai atrás aplaudindo o "doutor".

A coisa mais fácil para um administrador público corrupto é administrar cidade pequena. A receita para o sucesso é fazer duas festinhas por ano, com direito a cantores famosos e bastante fogos de artifício, sem cobrar ingresso claro e um emprego na prefeitura, de preferência com direito a "cesta básica" e pronto ! Está feita a política: Pão e Circo ! E os romanos já sabiam disso há mais de 2.500 anos ! A cidade respira evolução ! Os imperadores romanos ficariam orgulhosos dos nossos atuais administradores públicos. Antigamente precisavamos ter uma arena com leões e gladiadores, hoje é só garantir o sinal da televisão. Se o pobre tem a novela distrai e ainda me paga mais energia elétrica pra engordar os cofres públicos novamente. Viva a modernidade do interior ! Como ficamos espertos ! Deixa o "doutor" roubar, o que vale uma ambulância ! Nada, é só pedir pro Deputado Tiririca que ele manda outra !


Cargos de Confiança: Certo ou Errado ?

Estou assistindo as nomeações dos novos prefeitos eleitos na região e uma dúvida que sempre paira sobre todos os cidadãos de uma pequena cidade: Será que Fulano tem competência pra assumir esse cargo?

Vou ser o mais sincero possível. Todos os mais de 190 milhões de brasileiros estão carecas de saber que os prefeitos, vereadores e deputados só empregam os colaboradores de campanha. Esqueçam essa história de que tal Fulano foi nomeado por sua capacidade técnica. Estes cargos são apenas para acomodar os egos.

Não é mais do que certo? Se eu fui um dos responsáveis pela vitória de um candidato não tenho o direito de ter a minha recompensa? Claro que não !

Ai está uma das maiores causas de termos uma péssima prestação de serviços por parte do Poder Público. A saúde, a educação, a segurança entre outras áreas sofrem com a total falta de capacidade de gestão dos prefeitos. Não existe falta de recursos, existe sim, falta de pessoas competentes e criativas para gerir a coisa pública. Sempre que nomeio um amigo que de alguma forma me ajudou na campanha, estou cometendo o maior erro que um gestor público ou privado pode cometer: nomear por empatia e não por competência.

A nomeação por empatia serve para me manter no poder, sem oposição, mas por outro lado, provoca o resultado que todos já conhecem: filas de atendimento nas madrugadas dos Postos de Saúde, falta de médicos, falta de medicamentos, falta de professores capacitados, falta de segurança, falta de emprego, etc.

Mas então a nomeação de cargos de confiança deve acabar? Diria que não, devem continuar, mas o que deve mudar é a forma de leiloar estes cargos. O Gestor Público corrupto, nomeia os cargos com a intenção de ter apoio para desviar verbas nas licitações, firmar parcerias com empresas para a terceirização do maior número possível de serviços públicos, fraudar concursos públicos para acomodar os seus eleitores menos preparados e ampliar o seu próprio patrimônio financeiro ou político. Já o Gestor Público inteligente, nomeia por meritocracia sem deixar de levar em conta se houve o apoio político ou não. Essa forma de nomeação leva primeiro em conta a capacidade profissional e o currículo do nomeado e somente depois se analisa se o mesmo foi apoiador ou não. Se não foi apoiador, dá-se a preferência por algum que não foi nem a favor e nem contra.

Não sou inocente ao ponto de acreditar que a escolha de um profissional capacitado por si só eliminará a corrupção e resolverá todas as questões de uma cidade, mas acredito que é melhor nomear alguém que realmente entenda do assunto a nomear um completo inútil que só servirá para tirar fotos ao lado do prefeito e que não contribuirá em nada para a melhoria de uma cidade.

Quanto menor e mais atrasada a cidade, mais se utilizam os cargos de confiança para criar verdadeiras máquinas de desvios de verbas. Vou dar um pequeno exemplo do que acontece quando nomeio um idiota como figura decorativa para um cargo de confiança: Em uma pequena cidade do interior de São Paulo, sem planejamento de longo prazo e conhecida por escândalos políticos constantes, todas as multas referente a crimes ambientais são depositadas em fundos de outras cidades da região pelo simples fato de que a cidade não possui um Fundo Municipal de Meio Ambiente. Sabe porque isso ocorre? Porque sempre foram nomeadas pessoas próximas ao prefeito, mas que nunca tiveram a mínima capacidade para exercer o cargo. O desconhecimento das formas de gerar recursos para uma cidade torna a figura decorativa uma arma contra a cidade, que deixa de receber anualmente algo em torno de R$ 300 mil, recurso este que poderia ser canalizado para projetos de Meio Ambiente ou Limpeza Pública.

Por isso disse no inicio do texto que não faltam recursos, faltam pessoas capacitadas ! Logo o problema não está na nomeação de amigos para os cargos de confiança, mas na nomeação de amigos incompetentes só pra agradar um empresário ou parente que me ajudou na campanha. Fui claro?

E na sua cidade, continuam nomeando as samambaias para os cargos de confiança?


 



segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Licitações - A melhor ferramenta de roubo do dinheiro público !

Boa tarde Amigos !

Havia mencionado no post anterior que iria descrever quais as ideias que acredito serem de fácil implementação em qualquer cidade brasileira e que poderia mudar para melhor a realidade de todos. Mas assistindo ontem ao programa Fantástico da rede Globo, achei plausível falar sobre uma das maneiras de roubo mais legalizadas que existe atualmente na gestão pública brasileira - a Licitação.

Porque digo "roubo legalizado"? É simples se entendermos como as licitações são realizadas hoje no Brasil verão que existem diversas falhas no processo que foram premeditadamente desenhadas para facilitar o roubo. Um prefeito, para ser eleito, necessita de recursos financeiros para financiar a campanha eleitoral e a melhor forma de angariar um bom dinheiro para garantir uma eleição é através dos "amigos empresários". Estes amigos disponibilizam altos valores para que o seu candidato seja eleito, mas porque se faz isso? A resposta é muito simples: Se você fosse empresário e aplicasse seu dinheiro em alguma mercadoria (no caso, um político), o que você espera receber em troca? Um muito obrigado ou o seu dinheiro de volta, e de preferência com juros e correção após um determinado período? Se a resposta for um muito obrigado, sinto lhe dizer, mas você não é um empresário, mas se sua resposta é a segunda, qual a maneira legal que um prefeito eleito pode utilizar para te devolver o dinheiro que você aplicou na campanha? A resposta: Contratando sua empresa para prestar algum serviço para a máquina pública e é nesse momento que ocorrem os maiores "roubos legalizados" da história moderna no Brasil.

A licitação só serve para tornar legítimo o desvios de recursos públicos, pois em 90% dos casos, as licitações são orientadas por funcionários públicos ligados ao prefeito eleito e bem direcionadas e "combinadas" com as empresas. Quando uma prefeitura abre um processo licitatório, já se sabe antes da escolha quem será a empresa vencedora, pois certamente os valores dos contratos já foram negociados antecipadamente. Simples assim !

Mas você vai me questionar e dizer: Mas existem órgãos públicos que fiscalizam estas licitações e muitas vezes acabam encontrando irregularidades e se paralizam obras e cobram a devolução do dinheiro aos cofres públicos ! E eu serei obrigado a lhe decepcionar de novo ! Em todas as cidades brasileiras, a Câmara Municipal de Vereadores é o resposnável pela aprovação das contas do prefeito. O que acontece? Os prefeitos sempre vão ter suas contas aprovadas, pois para se ganhar uma eleição para prefeito, você necessariamente deve conseguir eleger o maior número de vereadores. Ora, se você tem do seu lado a maioria dos vereadores, que normalmente foram ajudados financeiramente na campanha pelos mesmos "amigos empresários", você acredita mesmo que eles não vão aprovar as tuas contas? Raramente podem ocorrer casos como a denúncia do mensalão, onde os deputados recebiam dinheiro do partido do governo para aprovas projetos e contas, mas estas denúncias ocorrem somente quando um dos integrantes do legislativo não receber a quantia solicitada, mas repito, em 90% dos das cidades brasileiras, o "agrado" ao legislativo sempre ocorre, ou através de pagamento de valores ou através da nomeação de parentes do legislador para algum cargo na administração, mesmo o parente não tendo nenhuma qualificação para o cargo.

Assistimos diariamente a denúncias de obras públicas abandonadas, sofrendo com as agressões do tempo, cobertas de mato, como as obras mostradas ontem no programa Fantástico da rede Globo e sabem porque? Quando o prefeito manipula o processo de licitação e contrata a empresa do amigo financiador de campanha, não se preocupa em observar se o empresário possui capacidade técnica e financeira para executar obras de tamanha envergadura, e na maioria dos casos, é necessário "falir" as empresas para que juridicamente e contabilmente os empresários tenham alguma forma de justificar que não poderão devolver os recursos públicos já recebidos e os processos judiciais para a recuperação destes recursos duram décadas e na grande maioria dos casos, nada acontece e a população esquece. Neste momento, alguns poucos cidadãos sentem a necessidade de mostrar as obras paralisadas e tentam de forma inútil mobilizar a sociedade para que cobrem das autoridades pelo menos a conclusão das obras para sentirem que o dinheiro dos impostos pagos estão sendo bem aplicados.

Ontem, no momento que o Diretor de Engenharia e Construção da CHESF, declarou em rede nacional e em horário nobre que "A empresa que não tentar dar um passo maior que a perna não é uma empresa, é outra coisa. Toda empresa que se preza dá um passo maior que a perna. E nós vamos continuar dando passo maior do que a perna. Isso pra mim não é problema." eu fiquei refletindo bastante sobre a forma como um alto executivo de uma empresa de economia mista, que tem o seu salário pago com dinheiro público, trata com descaso o dinheiro do povo brasileiro e acabei não resistindo e cheguei a uma conclusão que todos os prefeitos, governadores e presidentes já sabem. A licitação é uma maravilha !!!


A licitação me dá o privilégio de contratar quem eu quero, na hora que eu quero e nem preciso me preocupar se vai faltar dinheiro, pois os meus queridos eleitores sempre estarão dispostos a pagar mais um pouquinho de impostos para me ajudar a executar minhas obras. Assim, obras que poderiam custar um terço dos valores que custam e que deveriam ser concluídas dentro do prazo se arrastam por décadas.

Os órgãos de fiscalização, tentando justificar os altos salários de seus auditores, paralizam obras por irregularidades contratuais e com sobre preço em 100% dos casos e depois de diversos trâmites jurídicos e processuais, que se arrastam por décadas sem as empresas devolverem o que já lhes foi pago, o poder público abre outra licitação com a justificativa de que é necessário concluir as obras e novamente se inicia o círculo vicioso.

Novamente o gestor público indica como vencedor da nova licitação o "amigo empresário" e assim caminha a forma mais legítima de roubo de dinheiro público já desenvolvida pelo homem. Então, se você quer ser um empresário de sucesso, financie campanhas eleitorais e esqueça esta história de pesquisa de mercado, desenvolvimento de produto, treinamento de funcionários, busca pela excelência, etc....pois se continuar assim você continuará do lado mais fraco, do lado que paga a conta.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Como seria a cidade ideal ?

Boa tarde !

Divirtam-se.


Como nasceu o blog?

Antes de mais nada gostaria de dizer "bem vindo" a todos !

A ideia deste blog nasceu depois de minha primeira experiência com o meio político de forma efetiva. Em maio de 2011 tomei a iniciativa de procurar um pré-candidato a prefeito em minha cidade natal com o objetivo de oferecer a ele ideias inovadoras e talvez até inocentes ou idealistas demais. Ideias de quem não entendia praticamente nada de como se processam as manobras políticas e as complexas técnicas de guerra para a conquista do "poder" em uma cidade pequena.

Mesmo assim fui muito bem recebido e prontamente convidado a participar do círculo mais restrito de colaboradores do "projeto" de vitória. No primeiro momento fiquei extremamente feliz, pois acreditava estar iniciando uma fase onde poderia, de forma incisiva e real, contribuir para a melhoria da cidade onde nasci, que venhamos e convenhamos, é digna de pena. Uma cidade abandonada e sem nenhuma pespectiva de crescimento ou melhoria há mais de 40 anos. São duas gerações perdidas que jamais terão a oportunidade de construir vidas e carreiras profissionais na cidade natal.

Havia abandonado minhas origens há 20 anos atrás por identificar a total falta de oportunidades para um jovem de 18 anos, cheio de ideias e vontade de crescer pessoalmente e profissionalmente. A cidade não proporcionava absolutamente nada para os jovens no final da década de 1980 e este cenário já vinha sendo pintado desde 1973 com a crise da economia mundial.

O que ocorreu após esta recepção calorosa e acolhedora do pré-candidato a prefeito eu vou contar a vocês nas próximas postagens, bem como quais foram as ideias que eu trabalhei durante mais de um ano e que foram utilizadas de forma ampla nas peças publicitárias da campanha vencedora e que se realmente forem implementadas transformariam Igarapava em uma cidade modelo.