sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

OS SMARTPHONES DOMINARAM OS HUMANOS

Há muito tempo eu venho me questionando sobre qual a real contribuição da tão afamada “Geração Y” para a humanidade e qual será o legado que as pessoas nascidas entre meados da década de 1970 e final da década de 1990 irão deixar para a história e a cada análise mais detalhada me defronto com uma sensação de culpa e ao mesmo tempo de inconformismo, pois não consigo identificar claramente algo que salte aos olhos e me dê orgulho de pertencer a esta geração. Para os menos ligados a este assunto explico: A “Geração Y” é também conhecida como Geração do Milênio ou Geração da Internet, que se desenvolveu numa época de grandes avanços tecnológicos e prosperidade econômica. São jovens e agora adultos capazes de realizar múltiplas tarefas ao mesmo tempo e possuem uma constante insatisfação com seus empregos e tendem a não se sujeitarem às tarefas subalternas de início de carreira, querendo logo ocupar cargos de liderança. São ambiciosas e lutam por altos salários desde o início de sua vida profissional. São usuários ávidos de tecnologia e nos últimos anos, os maiores consumidores de telefones celulares atualmente mais conhecidos como “smartphones”. 

É nesse ponto que me detenho e mais me decepciono com a minha geração, pois tenho assistido diariamente a cenas dignas de um filme de ficção científica onde as máquinas dominam a mente dos seres humanos e os transformam em “zumbis” ou em “escravos”. Não podemos incorrer no erro de culpar os smartphones ou a tecnologia, pois nós a criamos e deveríamos dominá-la. Os avanços tecnológicos mudaram profundamente os hábitos sociais e ainda mais o dia-a-dia no trabalho, claramente facilitando a execução de muitas tarefas antes manuais. Muitos avanços do passado não causaram tão avassalador impacto na mente humana como o que vêm ocorrendo com as Gerações “Y” e “Z”. 

Nas transformações ocorridas com a introdução do vapor como fonte de energia e transporte na Primeira Revolução Industrial (séc. XVIII) ou na modernização do processo industrial que permitiu a produção em série (Henry Ford), os impactos na sociedade foram mais positivos do que negativos. Nesse ponto a geração Y tem sido falha e ainda mais omissa na criação de seus filhos (a Geração Z), pois estamos criando seres humanos ainda mais exigentes e acostumados a conseguir tudo facilmente, principalmente os bens materiais. Os “tablets” e os “smartphones” foram os presentes mais comuns no último natal e já estão circulando nas mãos de crianças de 4 ou 5 anos de idade, criando uma nova geração altamente dependente destas tecnologias ditas “úteis”. Mas até que ponto isso é bom? Basta dar uma olhada mais atenta a sua volta e veremos que 9 em cada 10 pessoas estão totalmente hipnotizadas pelos “joguinhos” e pelos “aplicativos” destes equipamentos. 

As pessoas caminham nas ruas de cabeça baixa, com os olhos grudados nas minúsculas telas, digitando textos intermináveis e simplesmente ignoram o que ocorre a sua volta. Quem se lembra de um jantar ou almoço em família onde todos estavam conversando e se divertindo em grupo? Você já tentou realizar um almoço de negócios sem ser interrompido pelo toque de um smartphone? Tivemos que incluir na lei de trânsito uma multa específica para motoristas que utilizam celulares enquanto dirigem e mesmo assim, todos os motoristas continuam atendendo seus telefones nos carros. Enfim, dando um “pause” no botão do mundo, podemos identificar claramente que o maior medo da humanidade já ocorreu e pior, ninguém notou! 

Fomos dominados pelas máquinas! Nem os mais criativos cineastas de Hollywood, que criaram verdadeiros clássicos como: “2001 – Uma odisséia no espaço”, “O Exterminador do Futuro” ou “Matrix” poderiam imaginar que a dominação da raça humana ocorresse de forma tão banal e rápida, bastando disponibilizar gratuitamente algum “aplicativo” para smartphone. Pronto! Baixou o aplicativo e começou a usar! Mais um zumbi que vai caminhar pelas ruas das nossas cidades, sentar em um banco de ônibus ou metrô ou ainda na sua mesa de jantar, com cabeça baixa em sinal de total obediência e submissão ao Deus “Facebook”. Acha isso muito alarmante ou fantasioso? Faça um teste, ou melhor, uma aposta comigo: Desligue agora seu smartphone e tente permanecer por 24 horas sem utilizá-lo. Eu duvido que você consiga! Você é mais um zumbi criado pela geração Y.