Para
os não entendidos em Latim, a frase “Panem et Circenses” quer
dizer “Pão e Circo”, uma frase extraída da Sátira X do
humorista e poeta romano Juvenal (100 d.C.), que criticava a falta de
informação do povo do Império Romano. A falta de informação e
interesse pelos assuntos políticos não é privilégio dos
brasileiros do século XXI. Este desinteresse ocorre há mais de
2.014 anos e continua forte e cada vez mais consistente.
A
maior parte da população continua no mesmo grau evolutivo que
possuía quando um rapaz chamado Jesus Cristo ainda caminhava sobre
esta terra. Hoje ainda é mais atrativo o alimento e o divertimento.
Pessoas humildes e de poucas condições financeiras se amontoam em
favelas de grandes metrópoles como São Paulo e Rio de Janeiro, em
habitações precárias, em espaços reduzidos, sem saneamento básico
e sofrendo com subempregos que pagam apenas um salário mínimo
mensalmente.
Nestas
condições, nascem as revoltas sociais que estamos assistindo
diariamente e o planejamento estratégico das políticas públicas
atuais encontrado para acalmar essa quantidade cada vez maior de
pessoas de baixa evolução intelectual é distribuir comida (Bolsa
Família) e promover eventos para distrair o povo, fazendo com que
todos esqueçam dos problemas mais sérios da sociedade, como a falta
de serviços básicos de saúde, educação, transporte, saneamento
básico e habitação.
Era
exatamente assim que os Imperadores romanos faziam, distribuindo
cereais mensalmente no Pórtico de Minucius e construindo “Arenas”
(esse termo lhe é comum? Eu me lembrei de Estádios de Futebol) onde
realizavam-se sangrentos espetáculos envolvendo gladiadores (MMA e
UFC), animais ferozes (Festa de Rodeio), corridas de bigas (Fórmula
1), palhaços (Futebol), acrobacias (Cirque du Soleil) e bandas (Rock
in Rio). Estes “presentes” ao povo romano garantia a paz e o
contentamento, gerando uma popularidade absoluta ao Imperador (vide a
fama de alguns de nossos políticos) perante os mais humildes e menos
esclarecidos.
Hoje
ligo a televisão ou leio um jornal e tenho uma gostosa sensação de
que a qualquer momento vou me encontrar pessoalmente com Marco
Antônio ou Nero e me divertir um bocado ateando fogo em alguma
cidadezinha. Mudamos as vestimentas, as formas de construir casas e
as maneiras de deslocamento entre as cidades, tendo mais facilidade
para chegar em pontos distantes do Império, sem a necessidade de
utilizar cavalos, mas EVOLUÇÃO?
Me
desculpem alertá-los que “Ainda somos os mesmos e vivemos como
nossos pais” (Belchior).
Pense
nisso!!!